terça-feira, 13 de novembro de 2012

Portugal: Parceiros sociais dizem que recessão em 2013 será superior a 1,6%

 

i online - Lusa
 
Os parceiros sociais, que esta tarde se reúnem com a 'troika' no âmbito da sexta avaliação a Portugal, afirmam não ter dúvidas de que a recessão em Portugal no próximo ano será superior aos 1,6% hoje apontados pelo Banco de Portugal.
 
Em declarações aos jornalistas antes do início deste encontro com os representantes do Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia (CE), o secretário-geral da UGT, João Proença, considerou que [o cenário de recessão] "é difícil de prever, mas o Banco de Portugal confirma as previsões, nomeadamente da UGT" que apontam para uma recessão superior a 1,6%:
 
"Estas previsões confirmam que para o ano vamos ter uma crise muito maior; o Banco de Portugal vem confirmar o agravamento da crise e é interessante verificar que estas previsões [do Banco de Portugal] surgem uma semana depois das previsões da União Europeia que confirmaram as previsões do Governo, ou seja, algo vai mal quando a União Europeia e o Banco de Portugal, num prazo muito curto, dão previsões muito distintas".
 
Já para o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, este número - 1,6% - está muito aquém do que se prefigura para 2013.
 
"De acordo com os dados que temos, que partem duma análise de base feita através de dados do FMI, a recessão pode atingir os 2,5% no próximo ano, o que só confirma que o processo que está em marcha no nosso país não vai resolver nada", afirmou Arménio Carlos.
 
Também o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, partilha da mesma linha de pensamento apresentada pelas duas estruturas sindicais.
 
Apesar das previsões do Banco de Portugal serem superiores às apontadas pelo Governo, Vieira Lopes considera que este número "ainda é baixo".
 
"Prevemos que a manter-se tudo o que está no Orçamento do Estado para 2013, é altamente provável que a recessão passe os 2%", estima Vieira Lopes.
 
O Banco de Portugal reviu hoje as suas projeções para o crescimento económico do próximo ano e antecipa agora uma recessão na ordem dos 1,6%, contrariando a projeção do Governo que prevê uma queda de 1%.
 
A perspetiva para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 mantém-se nos 3%, já estimados na última projeção e também em linha com o esperado pelo Governo e pela 'troika'.
 
No Boletim Económico de Outono hoje divulgado pelo banco central, a instituição liderada por Carlos Costa revê assim para pior as suas expectativas para o próximo ano, que no anterior boletim, publicado a 10 de julho, previa que a economia estagnasse.
 
Os parceiros sociais estão reunidos desde as 15:00 com os representantes da 'troika' no Conselho Económico e Social (CES), no âmbito da sexta avaliação ao Programa de Ajustamento Económico e Financeiro. O último encontro foi a 03 de setembro, no âmbito da quinta avaliação.
 
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