Deutsche Welle
Um grupo de cerca
de 70 crianças angolanas chega à Alemanha no dia 9 de novembro, para tratamento
médico. A iniciativa é da organização alemã Friedensdorf International, que
realiza regularmente ações do género.
A relação entre a
Friedensdorf Internacional e Angola começou em 1994, durante a guerra civil. De
então até hoje, a organização alemã já contribuiu para a recuperação de
aproximadamente 3000 crianças doentes. Elas vêm para a Alemanha onde são
tratadas em vários hospitais.
Foi um pedido da
embaixada alemã em Luanda e do Ministério federal dos Negócios Estrangeiros que
deu o "tiro de partida" para as operações da organização alemã. Segundo
Heike Bruckmann, porta-voz da associação alemã, as crianças chegam com todo o
tipo de doenças:
"A maioria
sofre de infeções nos ossos, problemas que exigem intervenções cirúrgicas e
queimaduras. As crianças são operadas em hospitais espalhados por toda a
Alemanha, e depois trazidas para a nossa instituição em Oberhausen para a
reabilitação. Para fisioterapia, por exemplo".
Vítimas das minas
Outras crianças
sofreram acidentes. Muitas são vítimas de minas antipessoais, cujo número em
Angola é ainda elevado. Algumas sofreram acidentes há já algum tempo, mas não
foram devidamente tratadas na altura.
No dia 9 de
novembro as primeiras crianças do novo grupo chegam à cidade de Düsseldorf. Mas,
antes disso, no dia 6 de novembro, regressaram já a Angola outras crianças
curadas e recuperadas. Nesse mesmo transporte a Friedensdorf enviou ainda ajuda
em equipamento médico. Estas ações são viáveis também graças ao apoio de
algumas empresas. É o caso do financiamento da das crianças que agora chegam. As
operações são reservadas a crianças cujas doenças não podem ser tratadas em
Angola.
O sacrifício
compensa
O tratamento pode
levar muito tempo, diz Heike Bruckmann, realçando que tudo depende da
recuperação das crianças e se são ou não necessárias operações: “Em média,
ficam meio ano, mas há crianças que precisam ficar mais tempo".
A estadia é muitas
vezes difícil para as crianças. Além de não falarem a língua e estarem num país
estranho, falta-lhes algo muito importante: a companhia e o afeto dos pais. Mas
na entrevista com a DW África, a porta-voz da Friedensdorf garante que a sua
instituição apoia os menores no que seja necessário. E explica porque os pais
não podem acompanhar os filhos: "Naturalmente é difícil. Mas não é
possível trazer os pais, porque seria dispendioso e trabalhoso. E também não se
sabe se os pais receberiam o visto de entrada para Alemanha."
O resultado final
desta operação humanitária certamente ameniza os sacrifícios, tanto das
crianças como das suas famílias. E também a Friedensdorf International sente os
seus esforços compensados: "É sempre muito bom ver como as crianças
recuperam e podem voltar satisfeitas para a casa. E cada vez que elas chegam, é
um momento especial."
Autora: Nádia
Issufo - Edição: Cristina Krippahl/António Rocha
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