Passos Coelho
critica comunicação social por destacar o que "pode correr mal" em
Portugal
Oeiras, 12 nov
(Lusa) - O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou hoje que a
comunicação social portuguesa tem promovido um "debate doentio"
centrado naquilo que "pode correr mal" em Portugal e voltou a afastar
uma renegociação do programa de ajustamento português.
Durante uma
conferência de imprensa conjunta com a chanceler alemã, Angela Merkel, no Forte
de São Julião da Barra, em Oeiras, em resposta a uma pergunta da comunicação
social portuguesa, Passos Coelho defendeu que existem riscos negativos, mas
também riscos positivos quanto à execução orçamental deste ano e disse não ver
"nenhuma utilidade" em dar destaque àquilo "que pode correr
mal".
"É um pouco
doentio assistir a algum debate que se vem gerando em certa comunicação social,
para não dizer em quase toda a comunicação social, que põe todo o enfoque do
lado dos riscos negativos e pouco naqueles que podem ajudar-nos a vencer este
programa", acrescentou o primeiro-ministro.
IEL // SMA
Passos quer fazer
de Portugal “uma das economias mais dinâmicas da Europa”
Lisboa, 12 nov
(Lusa) - O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o Governo
tem a "ambição" de fazer de Portugal "uma das economias mais
dinâmicas da Europa" e reiterou a necessidade de uma "reorganização
das funções e estruturas do Estado".
"Com as
reformas estruturais que enunciei e outras que estamos a desenvolver para os
próximos anos, temos a ambição de ser uma das economias mais dinâmicas da
Europa", afirmou Passos Coelho.
Na sua intervenção,
perante a chanceler alemã, Angela Merkel, num fórum empresarial, em Lisboa, o
primeiro-ministro português disse que o Executivo que lidera quer "criar
um ambiente de negócios que estimule a atividade económica e atraia
investimento estrangeiro".
"Os
empresários e investidores alemães terão aqui um papel crucial, podendo
contribuir com o seu conhecimento e capital para a transformação estrutural da
economia portuguesa", sustentou, apontando o "contributo do
investimento alemão" nas décadas de 80 e 90, que ilustrou com empresas
como a Volkswagen, a Siemens e a Bosch.
O primeiro-ministro
afirmou que mais de um ano e meio após o início do programa de assistência
financeira "os resultados na redução dos desequilíbrios acumulados são já
muito claros".
Passos apontou que
"a dimensão do ajustamento orçamental é extraordinária", com "um
ajustamento do saldo estrutural primário de seis pontos percentuais do
PIB" no final do ano e uma "redução da despesa pública de cerca de 13
mil milhões de euros", numa "redução que será aprofundada em 2013 e
2014".
O primeiro-ministro
sublinhou também a "correção impressionante" do défice externo.
Contudo, o chefe de
Governo disse querer resolver "as falhas de governação do passado",
com "disciplina orçamental e os mecanismos que a garantam", com uma
maior internacionalização da economia e com "uma reorganização das funções
e estrutura do Estado que tornem a sua atividade transparente, rigorosa e
inteligente".
"Em Portugal,
como em muitos outros países, temos vivido um lento processo de declínio da
sustentabilidade das estruturas do Estado. Quem nega este declínio constitui a
mais pessimista das vozes. Exclui à partida uma transformação para melhor no
modo como o Estado serve os seus cidadãos", argumentou.
O primeiro-ministro
defendeu na presença da chanceler alemã e de uma plateia de empresários
portugueses e alemães a necessidade de uma "verdadeira união
financeira".
"Com os
mercados tão fragmentados como estão hoje, é a própria eficácia da política
monetária que é posta em
causa. Quando o Banco Central Europeu decide descer as taxas
de juro oficiais, acontece muitas vezes que os juros sobem nos países da
periferia", defendeu.
"Isto não
teria sido aceitável para o Bundesbank quando definia as taxas de juro para
todos os estados da república federal. E não deve ser aceitável para nós na
área do euro. O euro foi criado para que o capital circule na Europa com
inteira liberdade e possa ser dirigido para os usos mais eficientes, sem
discriminações geográficas", sustentou.
Para o
primeiro-ministro, é necessário "criar as instituições e mecanismos de uma
verdadeira união financeira que complete e apoie o mercado único, começando por
um mecanismo europeu de supervisão bancária, em que o Banco Central Europeu
terá a autoridade última", que, disse esperar, "esteja inteiramente
operacional ao longo do próximo ano".
"Este
mecanismo de supervisão abrirá o caminho para harmonizar os nossos regimes de
resolução bancária de um modo que proteja os contribuintes e a integração dos
mercados financeiros", disse.
Por outro lado,
Passos Coelho defendeu a renovação da "ambição" do orçamento da União
Europeia e do próximo quadro financeiro plurianual.
"Em tempos tão
difíceis, como são estes, o orçamento europeu, desde que usado com sabedoria,
pode fazer a diferença entre um regresso mais rápido ou mais demorado ao
crescimento nalguns países", frisou.
O primeiro-ministro
disse não ter dúvidas de que "será um instrumento poderoso no combate ao
desemprego, sobretudo ao desemprego entre os jovens".
A chanceler alemã,
Angela Merkel, esteve hoje em Lisboa para uma visita oficial de cinco horas,
que incluiu reuniões com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e o
ministro dos Negócios Estrangeiros e com empresários dos dois países.
ACL// SMA
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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