segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Portugal: "Só se o PS fosse doido" participaria na redefinição das funções do Estado - Soares

 

i online - Lusa
 
O ex-Presidente Mário Soares afirmou hoje que o primeiro-ministro “humilhou” o PS e agora queria que participasse na redefinição das funções do Estado para “se manter no poder”, considerando que “só se o PS fosse doido” aceitaria.
 
Mário Soares foi hoje questionado pelos jornalistas, em Lisboa, sobre a carta que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, enviou ao secretário-geral do PS, António José Seguro, a convidá-lo a participar na redefinição das funções do Estado e no corte de quatro mil milhões de euros na despesa pública, tendo hoje os dois estado reunidos, de novo por iniciativa de chefe do executivo.
 
Sublinhando que não viu “carta nenhuma” e que “isso é tudo uma coisa que é silenciosa”, Mário Soares considerou que todo este processo é “um fait-divers”.
 
“O que é importante é que o primeiro-ministro fez tudo para afastar o PS. Humilhou o PS, não respondeu, não disse nada, só o injuriou de diversas maneiras e agora quer, de repente, que o PS fosse lá. Só se o PS fosse doido. O atual primeiro-ministro tem o país inteiro contra ele, ninguém pode negar isso, basta ver o que se passa de norte a sul. E agora é que o PS ia entrar? Para quê? Para o manter no poder? Não é possível”, acrescentou o antigo Presidente da República, que falava em Lisboa, na apresentação do seu livro “Crónicas de um tempo difícil”.
 
A 27 de outubro, no encerramento das jornadas parlamentares conjuntas PSD/CDS-PP, o primeiro-ministro disse que, até 2014, vai realizar-se uma reforma do Estado que constituirá "uma refundação do memorando de entendimento".
 
Na mesma altura, Passos Coelho defendeu que o PS deve estar comprometido com esse processo e, dois dias depois, anunciou que iria convidar formalmente [por carta] o PS para um programa de reavaliação das funções do Estado que corte 4.000 milhões de euros na despesa e evite um segundo resgate a Portugal.
 
Depois de ter estado hoje reunido com o primeiro-ministro, António José Seguro recusou assumir responsabilidades na execução dos cortes de quatro mil milhões de euros nas funções do Estado, dizendo que esse objetivo para 2013 e 2014 vincula apenas o Governo e a 'troika'.
 
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