FP – ATR - Lusa
Bissau, 15 dez
(Lusa) - Alberto Nambeia foi hoje eleito presidente do Partido da Renovação
Social (PRS), o segundo maior partido da Guiné-Bissau, no decorrer do quarto
congresso da formação, marcado pela desistência do líder histórico, Kumba Ialá.
Alberto M´Bunhe
Nambeia, deputado da Assembleia Nacional, obteve 562 votos. Num universo de 801
delegados, Baltazar Cardoso obteve 123 votos, Sola N´Quilin 70 votos e Aladje
Sonco 22 votos.
O quarto congresso
do PRS elegeu também Florentino Mendes Teixeira (antigo secretário de Estado do
Plano e Orçamento) como secretário-geral do partido (com 334 votos), deixando
pelo caminho Carlitos Barai (256 votos) e Máximo Tchuba (192 votos).
A nova direção do
partido foi eleita para um mandato de quatro anos.
Alberto Nambeia,
como Kumba Ialá também no grupo fundador do PRS (14 de janeiro de 1992), disse
após a vitória que terá como prioridades "unir a família PRS" mas
também "unir a família guineense", e deixou elogios a Kumba Ialá.
"Aprendemos
com Kumba Ialá e continuamos a aprender", disse, afirmando que a vitória
no congresso não é dele mas sim "uma vitória do PRS".
O novo
secretário-geral, Florentino Teixeira, disse que a democracia saiu reforçada na
Guiné-Bissau, que o congresso desmentiu "especulações" à volta do
PRS, e prometeu melhorar a imagem e o diálogo no partido.
"É preciso que
o partido consiga vender as suas realizações, o que tem sido um défice",
disse aos jornalistas após a eleição.
Na moção de
estratégia vencedora Alberto Nambeia promete a descentralização do partido, a
criação de grupos temáticos, de uma rede de gabinetes e de um departamento
nacional das mulheres do PRS.
O novo presidente
do partido considera que houve "um disfuncionamento" do PRS nos
últimos tempos, com uma "evolução regressiva". Nos últimos oito anos,
diz a moção, houve "sucessivas dissensões", a destruição das
estruturas de base e desrespeito pelas opiniões das bases, falta de disciplina
partidária e intriga e estado de inércia consentido pela direção superior do
PRS.
Ainda que sem citar
nomes são críticas nomeadamente a Kumba Ialá, que marcou o conclave anunciando
a sua despedida, "não da política mas das disputas de mandatos e de cargos
políticos partidários".
Num discurso de
agradecimentos, de elogios a um congresso que mostrou "um PRS unido,
mobilizado e determinado", Kumba Ialá citou o Velho Testamento para dizer
que "tudo tem o seu tempo determinado" e que a decisão de desistir da
corrida à presidência decorreu "do reconhecimento de que o tempo, os novos
costumes políticos e as circunstâncias" lhe indicavam esse caminho.
"O golpe de
Estado de 12 de abril pode ter feito cair o governo. Mas fez levantar o PRS. E
vai fazer levantar o país. Um país que pode contar comigo, um país que pode
contar connosco, um país que pode contar com o PRS", disse Kumba Ialá.
O novo presidente
do partido nasceu há 48 anos na região de Mansoa e foi um dos fundadores do
PRS, chegando a ser presidente interino da estrutura, quando Kumba Ialá foi
Presidente da República. É deputado e membro da Comissão Permanente da
Assembleia Nacional.
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