Jornal i
Ex-director de
Informação diz que está impedido de trabalhar
O ex-director de
Informação da RTP, Nuno Santos, foi suspenso e vai ser alvo de um inquérito
disciplinar pela RTP, na sequência das afirmações que reproduziu na Assembleia
da República, na passada quarta-feira.
A notícia foi
avançada em primeira mão pelo Jornal i, depois de apurar os factos junto de
fonte da empresa. O inquérito deverá decorrer já nos próximos dias, mas a mesma
não adiantou mais pormenores sobre o caso.
Nuno Santos reagiu
à notícia através de um comunicado no qual refere: "Estou pois impedido,
sem razão, de trabalhar!".
O ex-responsável
mostra-se indignado com a decisão e acrescenta que as declarações que proferiu
no Parlamento "ao abrigo da liberdade de expressão que pensava ser um
direito conquistado em Portugal com a Revolução de Abril, foram o miserável
pretexto para este processo".
O jornalista
informa que o seu advogado já está a par da situação. "Dei já instruções
ao meu advogado para analisar a notificação de suspensão tendo sido claro que
prepararei, sem desfalecimentos, a defesa da minha honra e do meu bom
nome".
Nuno Santos remeteu
mais explicações para depois da sua audição na ERC. "Esta tarde, após a
audição na ERC, darei em detalhe a minha posição sobre mais este caso que é
mais um capítulo da cortina de fumo que esconde as ramificações empresariais e
políticas que se posicionam em campo numa fase em que se joga o futuro do
Serviço Público de Rádio e Televisão", disse.
Recorde-se de que
nas suas declarações na Comissão Parlamentar para a Ética, o jornalista disse
ter sido vítima de "um caso de saneamento político”. Em causa está a polémica sobre o
visionamento das imagens da greve de 14 de Novembro.
O jornalista defendeu-se
das acusações de que tem sido alvo e mostrou-se espantado com as declarações de
Alberto da Ponte, Presidente do Conselho de Administração da RTP, que terá dito
que Nuno Santos dirigiu a acção da polícia.
“Ontem ouvi o Dr.
Alberto da Ponte que dirigi de Londres a acção da polícia”, afirmou Nuno
Santos.
O ex-responsável
prosseguiu justificando o pedido de demissão: “Porque apresentei a minha
demissão? Porque na conversa que tive com o presidente do conselho de
administração da RTP, o Dr. Alberto da Ponte, fez uma acusação sumária sobre a
minha responsabilidade directa sobre os incidentes”, disse o ex-director de
Informação da RTP.
Um inquérito
interno da RTP concluiu que Nuno Santos autorizou a PSP a ver as imagens dos
incidentes ocorridos na greve de dia 14 de Novembro. Um facto que é negado pelo
ex-director de informação.
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