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Exército argelino
invadiu unidade. Antes da operação, sete reféns estrangeiros teriam sido
executados pelos sequestradores. Central estava tomada desde quarta-feira por
islamistas. Drama terminou com dezenas de mortos.
O Exército argelino
invadiu neste sábado (19/01) a central de exploração de gás localizada numa
área desértica próxima a cidade de In Amenas, no sudeste da Argélia, dando um
fim sangrento à crise com reféns. A unidade estava tomada desde quarta-feira
por um grupo islamista fortemente armado.
Todos os 11
terroristas foram mortos, segundo a agência de notícias argelina APS. Antes, os
sequestradores haviam executado sete reféns estrangeiros que ainda eram
mantidos no complexo. Respondendo a críticas do Ocidente às operações
militares, o Exército da Argélia afirmou que sua ação preveniu "um
massacre real".
Um grupo de homens
fortemente armados havia invadido a usina na quarta-feira, fazendo reféns. A
central é explorada pela empresa britânica BP, juntamente com a norueguesa
Statoil e a argelina Sonatrach. Os islamistas exigiam, entre outras coisas, o
fim das operações militares internacionais no Mali, lideradas pela França. Na
quinta-feira, os militares haviam feito um primeiro assalto ao complexo.
Execuções
Segundo informações
do jornal El Watan, os sequestradores começaram a executar os reféns na
manhã de sábado. O Exército invadiu, então, a central, encontrando os sete
estrangeiros mortos – três belgas, dois norte-americanos, um britânico e um
japonês.
Segundo a estação
de rádio Chaine 3, os sequestradores tentaram na sexta-feira incendiar uma
parte do complexo, tendo sido impedidos por soldados e trabalhadores da usina.
A empresa estatal
de petróleo e gás Sonatrach afirmou que os islamistas tinham colocado uma série
de minas no complexo.
Corpos carbonizados
Horas depois do
ataque, o número exato de mortos entre terroristas e funcionários estrangeiros
e argelinos da central permanecia ainda desconhecido. Mais cedo, forças
especiais do Exército argelino haviam encontrado na unidade 15 corpos
carbonizados. No mesmo dia, outros 16 reféns estrangeiros também conseguiram
ser libertados, segundo uma fonte próxima às equipes que estavam no local,
entre eles, dois norte-americanos, dois alemães e um português.
Relatos anteriores
haviam divulgado um número de reféns mortos entre 12 e 30, com possivelmente
dezenas de estrangeiros, entre eles, cidadãos de países como Noruega, Japão,
Reino Unido e EUA.
O ministro
britânico do Exterior, William Hague, afirmou que dez cidadãos do Reino Unido
continuam "desaparecidos e em perigo", admitindo que o país deve se
preparar para "continuar a receber más notícias" em relação à crise
de reféns na Argélia, depois do assalto final das forças militares argelinas.
Centenas de
operários conseguiram escapar na quinta-feira, quando o Exército argelino
lançou uma primeira operação de resgate. Segundo a agência APS, 12 reféns e 18
terroristas morreram durante a intervenção.
ONU condenou tomada
de reféns
O Conselho de Segurança condenou o ataque e a tomada de reféns no complexo de
gás por militantes islâmicos. Em declaração divulgada na noite de sexta-feira,
o Conselho ressaltou que os terroristas, ligados à rede Al Qaeda, e seus
ajudantes devem ser levados à Justiça.
O Conselho expressou "condolências às vítimas desses atos hediondos e a
suas famílias e ao povo e governo da Argélia e aos países cujos cidadãos foram
afetados".
MD/afp/dpa/rtr - Revisão:
Soraia Vilela
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