MMT – JPF - Lusa
Maputo, 20 jan
(Lusa) - O governo de Moçambique considerou "francamente positivos"
os primeiros seis meses da presidência moçambicana da Comunidade dos Países da
Língua Portuguesa (CPLP) que hoje se assinalam.
Em declarações à
Lusa, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Henrique Banze,
que considerou os resultados obtidos "encorajadores para o resto do
processo", reconheceu contudo "o grande desafio" que a
Guiné-Bissau e a questão da segurança alimentar representam para a organização.
Esta é "uma
presidência qualificada de positiva do nosso lado, apreciando os esforços que
todos os Estados membros têm desenvolvido para garantir que a CPLP continue uma
organização relevante", disse. O titular da pasta dos Negócios
Estrangeiros de Maputo destaca o "enfoque que foi dado às questões ligadas
à concertação política diplomática que é um dos pilares fundamentais".
"Um enfoque muito especial para a Guiné-Bissau por causa da situação própria
que se estabeleceu", disse Henrique Banze.
Na cimeira, que se
realizou a 20 de junho em Maputo, sob o lema "A CPLP e os desafios na
Segurança Alimentar e Nutrição", Moçambique assumiu a presidência rotativa
da organização dos oito países lusófonos assinalando a segurança alimentar e a
normalização da situação política na Guiné-Bissau como dois dos sete pontos
fortes.
Henrique Banze
afirma que foram dados "passos importantes neste processo" seis meses
depois.
O governante
moçambicano releva a importância do diálogo no processo guineense, o que foi
conseguido nos primeiros seis meses da presidência de Moçambique. Além de
aproximar as lideranças do governo interino (deposto no golpe de Estado de 12
de abril de 2012) e o de transição, à mesa das negociações, Moçambique conseguiu
recentemente que a União Africana passasse a coordenar os esforços de
reconciliação dos atores envolvidos na crise guineense.
Durante os seis
meses, a Guiné-Bissau mereceu atenção "ao mais alto nível" na ONU e
Moçambique também garantiu que uma missão fosse à Guiné-Bissau em dezembro para
falar com todos os atores políticos, incluindo os militares, afirmou Henrique
Banze.
"Há uma série
de recomendações que estão a surgir para que a Guiné-Bissau possa voltar à
normalidade constitucional. A nossa avaliação é francamente positiva nesse
aspeto", acrescentou.
Desde 2008, a
questão da segurança alimentar e nutricional tem mobilizado a atenção política
dos Estados membros da CPLP, que já adotaram uma resolução sobre o tema,
realizaram dois simpósios e organizaram um diálogo Brasil-África.
Não obstante estas
iniciativas, prevalecem os problemas da desnutrição aguda no espaço da CPLP,
afetando aproximadamente 28 milhões de pessoas, segundo dados da organização.
"O que nós
pretendemos é fundamentalmente a redução (da desnutrição). Se pudermos reduzir,
pelo menos em 50 por cento, as pessoas que passam fome, estaríamos em grande
parte a cumprir isso", disse Henrique Banze, assinalando que a CPLP olha
para a questão alimentar "com preocupação".
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