Henrique Raposo
Expresso, opinião
Não minto, veio no
jornal. José Mário Pereira era gerente da agência do BPN das Amoreiras e prometia
juros de 30% a quem investisse nas suas aplicações financeiras.
Como era impossível pagar aqueles juros de forma legal, o Dr. Pereira sacava
dinheiro de outras contas, daquelas contas de gente rica que nunca são mexidas.
O esquema durou 10 anos, deu um rombo de 10 milhões ao banco e 1 milhão de lucro
ao Dr. Pereira. O jornal (JN) diz que grande parte desta soma "terá sido
gasta na prostituição e em casas de alterne".
Não, o Dr. Pereira não
entrou no empreendedorismo da alcova. Não, o Dr. Pereira não quis ser
empresário do sexo. O sujeito em apreço limitou-se a gastar um milhão em
serviços sexuais. Um milhão em servicinhos: se não é record do Guiness,
deve andar lá perto. Entretanto, o Dr. Pereira andou fugido durante dois anos e
lá acabou por ser preso pela PJ no ano passado. Já foi julgado? Não. Aquando
da revisão das medidas de coação, o Dr. Pereira foi libertado. Pelo que
percebo, o Dr. Pereira está livre. E nós continuamos a pagar o BPN e, já agora,
os magistrados que já deviam ter julgado o Dr. Pereira.
Juntos, BPN e
justiça portuguesa, só podiam dar esta comédia. Tivesse Portugal uma indústria
de cinema e estava aqui um argumento pronto para entrar no forno.
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