Governador vai a
Brasília na quarta-feira (6) discutir medidas para aumentar a integração com a
União. Em Florianópolis, ocorre greve do transporte coletivo
Após nova série de
atentados, em 18 cidades de Santa Catarina, o governador Raimundo Colombo
anunciou na segunda-feira (4) que pedirá ajuda federal para combater a
criminalidade no estado. Colombo conversou com o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo.
O governador vai a
Brasília na quarta-feira (6) discutir medidas para aumentar a integração com a
União. A prioridade para o estado é a transferência de presos para unidades
federais de segurança máxima.
Da mesma forma que
em novembro de 2012, os bandidos colocam fogo em ônibus e atacam carros e bases
da polícia. A onda de violência já resultou em um morto, um ferido e 24 presos.
Em novembro do ano passado, foram registradas 68 ocorrências. O governador
admitiu que há uma crise de segurança.
"Há crise que
precisa ser enfrentada e resolvida. Não há, nunca houve e não haverá qualquer
tipo de arrogância ou pretensão de que nós não precisamos (do governo
federal)", disse Colombo.
O governador negou
que os ataques sejam motivados por um vídeo, divulgado no último sábado, onde
agentes penitenciários - já afastados de suas funções - aparecem agredindo
detentos no presídio de Joinville com spray de pimenta e balas de borracha.
Segundo Colombo, as ações, na verdade, seriam resposta à política de segurança.
Na semana passada,
o secretário estadual da Segurança Pública, Cesar Grubba, admitiu que a ordem
dos ataques vem dos presídios. Ontem, a secretária de Justiça e Cidadania, Ada
de Luca, reafirmou que facções criminosas atuam em Santa Catarina.
O comando da
Polícia Militar afirmou ontem que tinha informações de possíveis novos ataques,
e que aumentou a segurança em razão desses dados.
Ataques
Cinquenta e quatro
atentados foram registrados em Santa Catarina nos últimos seis dias. De acordo
com o jornal Diário Catarinense, 18 municípios foram afetados pela onda de
violência.
Os últimos
incidentes ocorreram na madrugada desta terça-feira (5). Seis veículos foram
incendiados: três ônibus em Ilhota, um Fusca em Itajaí, um caminhão em Itajaí e
outro ônibus em Chapecó.
Greve
Em Florianópolis,
os ataques a ônibus cessaram nas últimas horas ao mesmo tempo em que a cidade
passa por uma greve do transporte coletivo.
Causas
A motivação dos
atentados ainda não esclarecida pela polícia, mas especula-se que os casos
tenham como estopim um vídeo, gravado no último dia 18 no pátio do Presídio
Regional de Joinville, no qual dezenas de presos, nus e rendidos, são alvos de
balas de borracha e bombas de efeito moral disparados por agentes do
Departamento de Administração Prisional (Deap).
Em nota, Ada Faraco
de Luca, secretária de Estado da Justiça e Cidadania, disse estar chocada com
as imagens do vídeo – divulgado no último sábado pela imprensa catarinense. No
texto, o governo informa que os agentes identificados foram afastados de suas
funções até que o caso seja apurado.
Entrevista: Raphael
Marchiori, especial para a Gazeta do Povo
Eduardo Guerini,
cientista político, professor do programa de mestrado em Gestão de Políticas
Públicas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), trata da violência em SC
em entrevista à Gazeta do Povo.
“A violência contra
sentenciados é generalizada no estado” - Leia matéria completa, em Gazeta do Povo
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