EJ – MLL - Lusa
A Coreia do Norte
declarou hoje que não vai participar num "diálogo humilhante" com os
Estados Unidos, acrescentando que as negociações só serão possíveis se
Washington abandonar a "política hostil" e as ameaças nucleares.
"Não nos
opomos ao diálogo, mas não nos podemos sentar frente-a-frente a uma mesa de
diálogo humilhante com a outra parte a fazer ameaças nucleares", disse um
porta-voz da diplomacia norte-coreana, numa declaração publicadas pelos 'media'
estatais.
"Enquanto os
EUA mantiverem uma política hostil e chantagem nuclear (contra a Coreia do
Norte), um diálogo sincero só pode ser mantido depois (de o Norte) preparar
totalmente a dissuasão nuclear para eliminar a ameaça norte-americana de guerra
nuclear", acrescentou.
Esta declaração
surgiu um dia depois do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ter
concluído uma deslocação ao nordeste asiático, que se destinava a diminuir a
tensão militar na península coreana e levar a China a ajudar a controlar
Pyongyang.
Em Tóquio, Kerry
afirmou que Washington estava pronto a falar com a Coreia do Norte mas que
Pyongyang tinha de dar "passos significativos" para honrar os seus
compromissos internacionais.
"Os Estados
Unidos continuam abertos a negociações autênticas e credíveis sobre a
desnuclearização, mas a responsabilidade é de Pyongyang", acrescentou.
O porta-voz
norte-coreano afirmou que as recentes declarações de abertura por parte de
responsáveis norte-americanos eram "uma conspiração" para evitar a
responsabilidade por fazerem subir a tensão na península coreana, com o único
objetivo de eliminar as armas nucleares da Coreia do Norte.
Há várias semanas
que Pyongyang insiste numa retórica de guerra e já reiterou a ameaça de que a
península coreana se dirigia para uma guerra "termonuclear",
aconselhando os estrangeiros a deixarem a Coreia do Sul.
Em fevereiro, a
Coreia do Norte realizou o terceiro ensaio nuclear que levou à condenação da
comunidade internacional e ao aumento das sanções por parte das Nações Unidas,
elevando ainda a tensão na região da península coreana com ameaças de ataques
contra os Estados Unidos e Coreia do Sul.
Tecnicamente, as
duas Coreias continuam em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 não
terminou com a assinatura de um tratado de paz.
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