LUCIANO ALVAREZ - Público
Antigo
primeiro-ministro não poupou Cavaco pelo seu discurso no 25 Abril. Já do
congresso do PS gostou da unidade.
José Sócrates
considerou este domingo que o discurso de Cavaco Silva no 25 de Abril foi “um
desastre” e que o Presidente da Republica “era a mão atrás do arbusto” e agora
é “a mão que sai detrás do arbusto”. Acusou-o ainda se ser manipulador.
No seu habitual
comentário na RTP1, o antigo primeiro-ministro disse que Cavaco perdeu “a
credibilidade para agir na actual situação com isenção”. “Perdeu o papel
moderador”.
José Sócrates
lembrou ainda palavras do Chefe de Estado em 2011, quando ele era
primeiro-ministro, apontando contradições com o que diz agora: “Em 2011 não
havia crise internacional, em 2013 pode-se justificar tudo com a crise
internacional. Em 2011 incentivou a uma crise política, agora não quer crise
política.”
Sobre o facto de
Cavaco ter afirmado que era indiferente ganhar ou perder eleições se não
houvesse consensos, Sócrates considerou que essa afirmação não é própria “da
cultura democrática”.
O socialista acusou
ainda o Presidente de “manipulação” ao dizer aos portugueses que o memorando
com a troika em vigor é o mesmo assinado há dois anos.
Sócrates comentou
as eventuais divisões no Governo sobre os cortes na despesa, considerando que,
o que se tem passado, representa “um espectáculo deprimente” e “indecoroso”.
Elogios ao PS
O que agradou a
Sócrates foi o congresso do PS que terminou este domingo. O antigo
primeiro-ministro diz que foi conseguida unidade “com mérito da liderança”.
“A unidade é mais
fácil de se conseguir no poder que na oposição”, afirmou para acentuar que há
unidade na oposição e desunião no Governo.
Para o antigo
secretário-geral do PS, neste congresso “começou a desenhar-se uma alternativa
política com base na união”.
“Estamos unidos e não há partido que se apresente como alternativa se não
estiver unido”, acrescentou.
Sobre o facto de
Seguro ter pedido uma maioria para o PS nas próximas legislativas, Sócrates
afirmou que “a ambição do PS é sempre a maioria”.
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