AYAC – MLL - Lusa
Chimoio,
Moçambique, 22 abr (Lusa) - A organização cristã África 180º recuperou 2.700
crianças, órfãs ou de mães seropositivas, malnutridas, oriundas de famílias
pobres do distrito de Gondola, em Manica, centro de Moçambique, disse à Lusa
fonte daquela estrutura.
Através da
iniciativa "Bebés de Fora", que decorre desde 2005, crianças com
problemas de nutrição e debilitadas, geralmente por razões sócio-culturais e
económicas, recebem leite e suplementos com micronutrientes para a sua
reabilitação, além de um acompanhamento clínico na organização.
"Denominámos
África 180º porque acreditamos na viragem do continente. Incidimos na
reabilitação nutricional porque muitas crianças morriam por falta de
suplementos, pois muitas delas são órfãs e desprovidas de recursos", disse
à Lusa o norte-americano Francisco João, diretor da África 180º.
O programa
proporciona triagem nutricional, consultas e exames médicos a crianças e mães
portadoras de VIH/Sida, pela organização, que funciona com fundos doados por
países ocidentais.
"Chegámos a
receber, em média, 45 crianças diárias para consultas externas e parte destas
são conduzidas para a reabilitação nutricional. Agora temos 635 crianças órfãs
de mães seropositivas e algumas com deficiência no programa de
reabilitação", precisou Francisco João.
A desnutrição
crónica entre crianças menores de cinco anos em Moçambique ronda os 41 por
cento e problemas nutricionais são uma causa adicional de metade das mortes de
crianças no país.
O quadro
epidemiológico de Moçambique indica que a malária, as doenças diarreicas, o
VIH/SIDA, as infeções pulmonares e o sarampo formam "o leque das doenças
que agravam o estado nutricional das crianças", tanto como a desnutrição.
Dados do Instituto
Nacional de Saúde e da Associação para Nutrição e Segurança Alimentar (ANSA)
indicam que uma média de 41% das crianças moçambicanas padece de desnutrição
crónica, existindo províncias com cifras de desnutrição que vão até mais de
55%, neste grupo populacional. Em geral, a taxa de desnutrição varia de 20% a
55,6% a nível nacional.
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