Elaine Patricia
Cruz - Repórter da Agência Brasil - ontem
São Paulo – A
Central Única dos Trabalhadores (CUT) reforçou hoje (1º) a luta pela redução da
jornada de trabalho e pela não aprovação do Projeto de Lei 4.330, de 2004, que
permite a liberação da terceirização como atividade-fim de uma empresa. O
presidente da CUT, Vagner Freitas, também cobrou mais diálogo com o governo
federal.
"Estamos
vivendo um problema gravíssimo e o Brasil inteiro tem acompanhado que esse
famigerado PL 4.330, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), está
tramitando de forma tão rápida no Congresso Nacional. O grande ganho da nossa
ida ontem [30] a Brasília é que o governo topou, em vez de jogar fogo para
empurrar o projeto de lei, negociar com a sua base, segurar o 4.330 para
negociar com as centrais sindicais, na mesa, com os trabalhadores. Isso é muito
importante porque, na mesa, vamos fazer nossas argumentações porque não
concordamos com o (o projeto de lei) 4.330", disse o presidente da CUT, em
entrevista a jornalistas.
"Esse projeto
não pode passar. Não vamos permitir que ele passe. Esse projeto é ruim para o
Brasil. Ele vai fazer com que não se tenha nenhuma regulamentação do mercado de
trabalho. Ele acaba com as férias, o décimo terceiro salário e transforma todos
os trabalhadores em PJ (pessoa jurídica). Isso não vai ajudar o empresariado
nacional. Isso vai precarizar", acrescentou Freitas.
Neste ano, o lema
escolhido pela CUT para as comemorações do Dia do Trabalho é
"Desenvolvimento econômico e sustentabilidade".
Durante as
celebrações do 1º de Maio, a CUT também recolheu assinaturas para a campanha do
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que prevê a criação
de um marco regulatório para o setor. O fórum espera recolher 1,3 milhão de
assinaturas para aprovação de um documento regulatório, que já foi elaborado
por 30 entidades da sociedade civil e do movimento social, para ingressar
no Congresso Nacional.
Além dos protestos,
a CUT promoveu, como já é tradicional na capital paulista, uma série de shows com
a presença de artistas como Alceu Valença, Oswaldo Montenegro e Leonardo. Os shows e
o ato político da entidade ocorreram no Vale do Anhangabaú, no centro de São
Paulo. O evento contou com a participação de 120 mil pessoas, segundo os
organizadores. A Agência Brasil tentou falar com a Polícia Militar
para saber a expectativa da corporação sobre o número de participantes, mas não
conseguiu até o momento.
Edição: Graça
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