Comentário de
Constança Cunha e Sá na TVI24 - ontem
Constança Cunha e
Sá considera que «houve um esticar de corda por parte do Governo que não se
justifica» no atual braço de ferro com os professores, mas salienta que «o mais
grave é o que foi dito pelo primeiro-ministro» «Nós vamos recorrer e, das duas uma:
ou o tribunal nos dá razão, ou nós mudamos a lei», sintetiza a comentadora de
política da TVI.
«A lei não serve para andar a ser mudada conforme os anseios do Governo: A lei
é uma coisa estável», aponta Constança Cunha e Sá com críticas a Pedro Passos
Coelho: «Não acho que seja possível um primeiro-ministro ameaçar um tribunal e
dizer-lhe: se vocês decidirem no meu sentido, eu acato e não mudo a lei; se eu discordar
dessa decisão, então vou mudar a lei e nunca mais há tribunais para coisa
nenhuma e nunca mais se recorre.»
«Isto é típico de uma pessoa que não respeita um estado de direito. Nós agora
compreendemos melhor as reações do primeiro-ministro e de parte do Governo em
relação ao Tribunal Constitucional. Ele se pudesse fazia a mesma coisa. Precisa
é de dois terços Na constituição», analisa Constança Cunha e Sá tirando uma
conclusão: «É um certo autoritarismo: isto ou vai como eu quero, ou então mudo
a lei».
A comentadora da TVI afirma que «o primeiro-ministro não se cansa de dizer que
a greve é um direito democrático, mas depois atua como se fosse um direito um
pouco excessivo». «No fundo, ele é que determina quando é que a greve deve ser
feita e quando é que não deve ser feita», constata.
«A questão da greve aos exames está ultrapassada e o que se passa aqui já é
algo muito mais sério», considera Constança Cunha e Sá concluindo que «é uma
tentativa de limitação do direito à greve». «Há um toque autoritário e uma
falta de compreensão pelo sistema democrático», assume.
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