Jornal i - Lusa
O secretário-geral
da UGT, Carlos Silva, avisou hoje o Governo que abrirá "uma guerra"
com a central sindical, se avançar com a requisição civil na greve dos
professores do dia 17.
“Devo dizer que, se
o Governo levar por diante essa ameaça velada [de avançar com a requisição
civil de professores], vai criar uma guerra com a UGT que acho é
desnecessária”, disse à Lusa o secretário-Geral da União dos Trabalhadores,
Carlos Silva.
“Satisfeito” com a
determinação da comissão arbitral que considera não se justificar decretar
serviços mínimos para a greve agendada pelos professores para o dia 17, Carlos
Silva adiantou que, com a requisição civil, o governo poria em risco a relação
com “o único parceiro social da área dos trabalhadores que sempre tem sido
muleta dos vários governos, nomeadamente este último”.
Depois de no ano
passado a UGT ter feito um acordo com o Governo “atravessando-se em defesa do
país”, Carlos Silva espera agora que a tutela “tenha a sensatez e a sensibilidade
de manter um parceiro social que continua a ter um papel relevante e que quer
fazer parte da solução e não dos problemas”.
O líder da UGT
afirmou ainda que já hoje transmitiu, telefonicamente, “a vários membros do
Governo" a posição da central, que subscreverá “as posições dos sindicatos
da FNE (Federação Nacional de Educação), sindicatos com responsabilidade,
liderados por figuras incontornáveis da tendência social democrática, que não
tem um braço um braço de ferro”, mas que estão “a defender aquilo que acham que
é seu por justiça e por direito”.
Esperando que “de
ambos os lados haja sensatez”, Carlos Silva deixa ainda o recado de que “a
troika não manda no país e tem que ser o Governo a dizer à troika que a
submissão é tempo que já lá vai”.
Carlos Silva reagia
ao anúncio de que o colégio arbitral nomeado para decidir sobre a determinação
de serviços mínimos na greve dos professores do dia 17 decidiu que não há lugar
à sua decretação.
A decisão de
decretar serviços mínimos vem no seguimento da entrega do pré-aviso de greve
por nove estruturas sindicais para a greve da próxima segunda-feira, dia em que
se iniciam os exames nacionais do ensino secundário, com as provas de Português
A e B e Latim, estando a sua realização em causa.
Carlos Silva falava
em Santarém, onde hoje visitou a Feira Nacional de Agricultura, que decorre no
centro nacional de Exposições (CNEMA) até ao próximo dia 16.
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