Le
Monde, Paris – Presseurop – imagem Martirena
No dia em que o
italiano Silvio Berlusconi foi condenado por fraude fiscal, o espanhol Mariano
Rajoy respondeu perante o Parlamento pelas suspeitas de prémios ilegais. Esta
coincidência realça até que ponto os “casos” atormentam a vida política do
continente. Correndo o risco de destruir a confiança na democracia.
Infelizmente, são
cenas que fazem quase sempre parte do dia-a-dia da vida política na Europa.
Dirigentes, por vezes altos funcionários do Estado, são postos em causa por
corrupção, falta de ética ou financiamento ilegal do seu partido. A menos de
dez meses para as eleições europeias, que decorrerão no dia 25 de maio de 2014
em França, na Itália e em Espanha, estes factos alimentam a desconfiança da
opinião pública relativamente aos políticos e comprometem a democracia.
Na Itália, Silvio
Berlusconi viu o Tribunal de segunda instância confirmar
de forma definitiva, na quinta-feira, dia 1 de agosto, a sua condenação a
uma pena de quatro anos de prisão por fraude fiscal. Graças a uma amnistia
aprovada em 2006, Il Cavaliere, que foi três vezes primeiro-ministro, conseguiu
reduzir a sua pena para um ano e a sua idade avançada, 76 anos, permitiu-lhe
não acabar atrás das grades. Mas os factos que lhe são imputados realçam de que
forma o sistema político italiano está corrompido e sem fôlego.
Em Espanha, onde a
monarquia foi minada por escândalos,
o chefe do Governo teve, na quinta-feira do dia 1 de agosto, perante os
deputados, de realizar uma humilhante
confissão. Sem qualquer credibilidade, Mariano Rajoy negou por completo as
acusações do antigo tesoureiro do seu partido, Luis Bárcenas, detido desde o
final de junho por fraude fiscal, sobre o alegado financiamento irregular do
Partido Popular. Rajoy, que admitiu apenas um erro, o de ter confiado em
Barcera, procurou “travar a erosão da imagem da Espanha”. A oposição socialista
exigiu
a sua demissão. Mas nunca mais conseguiu reconstruir-se depois do seu
fracasso eleitoral de novembro de 2011, que provocou a queda do partido de José
Luis Rodriguez Zapatero.
Ouro sobre azul
para os populistas
A França não
dispõe, infelizmente, de uma melhor imagem uma vez que, neste caso também, tem
de lidar diariamente com casos, que variam em género e em grau, que afetam os
partidos da direita e da esquerda. Um ministro da República, Jérôme Cahuzac, mentiu
durante meses ao Presidente da República e à opinião pública sobre a
existência de uma conta na Suíça. A sua confissão após a sua demissão causou um
verdadeiro terramoto político. O Conselho Constitucional chumbou
as contas de campanha do antigo Presidente da República, Nicolas Sarkozy,
por não cumprir as normas que deveria supostamente promover. Os casos
multiplicam-se, à direita, atingindo a galáxia Sarkozy, e à esquerda onde
respeitados socialistas são acusados de corrupção. Estes factos aumentaram a
desconfiança da opinião pública, cada vez mais instruída com as investigações
levadas a cabo, favorecendo a Frente Nacional.
Numa Europa em
crise, onde o pessimismo ganha cada vez mais terreno, a Itália, a Espanha e a
França, sem mencionar os casos da Roménia
e da Bulgária,
transmitem uma terrível imagem dessas democracias.
Em maio, uma investigação do Ipsos para o
Publicis, envolvendo 6198 europeus, revelou valores alarmantes. No que diz
respeito à questão de saber quem propõe soluções construtivas face à crise,
apenas 21% citou o Governo em França, 19% em Espanha, 15% na Itália contra 45%
na Alemanha. Se este clima político continuar a deteriorar-se, os populistas
tirarão muito provavelmente partido disso em maio de 2014.
E em Portugal como
vai a corrupção? – opinião Página Global
Em Portugal a
corrupção vai em alta, vai bem e nem precisa de ser recomendada… aos corruptos porque já se tornou um vício em crescendo. Agora são os swaps, impunes. A mafia BPN - com histórias
tristes e tentáculos de Belém a São Bento - prossegue incólome e com o maior dos
descaramentos, nomeando governantes, gozando de impunidade, declarando que o
que se prova estranho e imoral (corrupto) está protegido pelo legalismo
oferecido pelo legislador. Legislador que na Assembleia da República representa
interesse avessos à democracia, à justiça, em prol de comprovados agentes de
interesses dúbios e/ou alavancas de corporações mafiosas absolutamente "legais". A esses agentes
chamam-lhes deputados. Podem chamar-lhes isso mas facto é que não representam
os intereses dos que neles votaram, para mal e descrédito da democracia. E assim vai Portugal. Bem na corrupção e em
alta. (Redação PG – CT)
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