terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Angola: Autoridades desmentem mortes em rixas em prisões de Luanda e Cabinda

 

 
As autoridades angolanas desmentiram esta terça-feira alegações quanto à existência de mortos nas duas rixas entre presos registadas nas últimas semanas em Luanda e Cabinda.
 
O desmentido foi feito pelo segundo comandante da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo de Almeida, quando apresentava à imprensa o balanço nacional da quadra festiva, em que mais de 60 mil efectivos das forças de segurança estiveram de prevenção.
 
Segundo aquele oficial da polícia, as duas rixas entre reclusos provocaram 84 feridos e 156 tiveram que receber tratamento hospitalar.
 
Paulo de Almeida justificou a ocorrência de rixas entre reclusos com a falta de condições das unidades penitenciárias existentes e o excesso de detidos.
 
A actual população prisional em Angola totaliza mais de 21 mil reclusos, em que mais de metade são presos preventivos e em que os jovens entre os 18 e os 30 anos representam 70 por cento do total.
 
Na edição de hoje do diário Jornal de Angola, o Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa, defendeu a necessidade de se "combater a tendência de tudo prender e de todos manter na prisão".
 
João Maria de Sousa defendeu o primado da investigação em vez da prisão.
 
Instado a comentar a afirmação, o segundo comandante da Polícia Nacional reconheceu que diariamente são feitas detenções, mas justificou a medida com a "grande demanda".
 
"Se há excesso de prisão, isso é muito relativo. A polícia age. Nós temos o dever de garantir a ordem e tranquilidade pública e, nas nossas acções, todo o elemento que está à margem da lei nós detemos", acrescentou.
 
Paulo de Almeida reconheceu ainda as "limitações" a nível da própria polícia, do Ministério Público e dos tribunais.
 
"É verdade que todos temos de reconhecer que temos limitações (…) de podermos dar celeridade aos processos e então muitas vezes os prazos expiram por esta falta de capacidade", disse.
 
Quanto ao balanço dos 10 dias abrangidos pela operação que colocou em estado de prontidão mais de 60 mil efectivos, Paulo de Almeida destacou o registo de 1.595 crimes (média diária de 106 crimes), e de 192 mortos e 636 feridos nos 725 acidentes de viação registados.
 
Na quadra festiva do Natal e Ano Novo, a média diária de sinistralidade rodoviária em Angola foi de 48 óbitos.
 
Depois da malária, a sinistralidade rodoviária representa a segunda causa de morte em Angola.
 
A este respeito, Paulo de Almeida recordou que ainda este mês o Ministério do Interior vai organizar uma conferência nacional sobre segurança rodoviária.
 
Lusa / NJ
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana