O ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou hoje que o Governo
português fará “alguns esforços” para que sejam retomadas as ligações aéreas
com a Guiné-Bissau, interrompidas em dezembro, “em prol” dos guineenses e dos portugueses.
“Não esqueço que os
recentes incidentes que aconteceram em Bissau têm também de ser superados e
faremos alguns esforços (…) para encontrar as vias para que se restabeleça
também aí a normalidade, que é muito desejada”, disse o ministro, durante uma
visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.
No entanto, é
necessário ultrapassar “algumas situações jurídicas – derivadas da situação de
o governo [da Guiné-Bissau] ser, para nós, um governo de facto - em prol
sobretudo dos guineenses e do povo português, se possível”, disse o ministro,
aludindo ao embarque forçado de 74 passageiros, alegadamente de nacionalidade
síria, com passaportes falsos, em Bissau, num voo da TAP com destino a Lisboa.
Na sequência deste
caso, a transportadora decidiu suspender a ligação aérea entre Portugal e a
Guiné-Bissau, no final de dezembro.
Em abril de 2012,
um golpe militar colocou no poder um governo de transição, liderado pelo
Presidente Serifo Nhamadjo, que não é reconhecido pela CPLP e por grande parte
da comunidade internacional.
Antes, o governante
português defendeu ser “muito importante” que sejam realizadas as eleições
nacionais na Guiné-Bissau, um dos oito países membros da CPLP, na data prevista
(16 de março), gerando “um governo legitimado democraticamente num Estado de
direito para realizar a plenitude das suas funções”.
“A Guiné ocupa um
lugar cimeiro nas nossas preocupações”, sustentou Rui Machete.
Na receção ao
ministro dos Negócios Estrangeiros, o secretário-executivo da CPLP, Murade
Murargy defendeu que a Guiné-Bissau deve “merecer um carinho e uma atenção
muito especiais” no Conselho de Ministros Extraordinário, que se realizará em
breve.
“Temos de apoiar a
Guiné-Bissau a reconquistar a sua normalidade constitucional”, disse o
responsável.
O ministro da
Presidência e de Estado da República da Guiné-Bissau afirmou hoje que a
"questão política" com a TAP e o "momento difícil" da
relação com Portugal serão "ultrapassados" com a realização de
eleições naquele país.
Outro dos temas a
abordar na reunião de ministros da CPLP, acrescentou Murade, será a decisão
sobre a Guiné Equatorial, que tem estatuto de observador da CPLP desde 2006,
mas cujo processo de adesão tem sido adiado.
“A nossa comunidade
granjeou respeito a nível internacional. Se conseguirmos respeitar os valores e
princípios que nos orientam e também criando um espaço que outros se possam
associar a nós, podemos superar muitas outras nações. Temos uma base, um grupo
de países que se afirmaram e que estão unidos e poderemos ser uma grande
organização internacional, respeitada e capaz de ter uma voz firme”, sublinhou
o secretário-executivo da CPLP.
Sobre a
Guiné-Equatorial, Machete não se pronunciou, mas na semana passada havia
defendido que aquele país deve “cumprir o roteiro estabelecido com as suas
autoridades”, nomeadamente a obrigação de promover o uso da língua portuguesa e
adotar uma moratória sobre a pena de morte.
O terceiro assunto
a discutir na reunião será a adoção do Plano de Ação de Lisboa sobre o uso da língua
portuguesa, disse Murade Murargy.
Lusa, em jornal i - foto João Relvas, Lusa
1 comentário:
SERIA UMA BOA COISA MAS NADA DE EVIDENCIA COM OS NOSSOS DELIQUENTES BANDIDOS NO PODER. O GENERAL PRESIDENTE ANTONIO INDJAI ESTA CALADO SOBRE OS SIRIOS ASSIM COMO O SEU PRIMEIRO MINISTRO BRIGADEIRO GENERAL O SENHOR DABA NA WALNA ATE PARECE NAO ESTAR NA GUINE BISSAU QUE VERGONHA PARA O PAIS?
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