quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

ELEIÇÕES GERAIS NA GUINÉ-BISSAU PODEM SER ADIADAS ATÉ DUAS SEMANAS

 


As eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau, marcadas para 16 de março, podem ser adiadas duas semanas "no máximo", admitiu ontem o representante especial das Nações Unidas no país, José Ramos-Horta.

Se devido a "prazos legais e ajustamentos técnicos necessários", a data tiver que ser adiada "duas semanas, no máximo, creio que ninguém vai levantar problemas. Eu subscreveria", referiu em declarações aos jornalistas.

"Não há problema com isso", referiu, desde que "se explique bem ao povo o adiamento, se tiver que haver" e considerando que há "vontade política" dos membros do governo de transição, cujo papel não tem sido reconhecido.

Segundo José Ramos-Horta, a decisão sobre se a data precisa de ser alterada ou não deverá ser tomada pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo.

O representante das Nações Unidas refere que o chefe de Estado guineense está atualmente "em consultas" com os parceiros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e deverá ainda ouvir as entidades nacionais antes de tomar uma decisão.

"O crucial para nós, na comunidade internacional, é que verificamos que há vontade política", sublinhou Ramos-Horta.

No caso, considera que os governantes de transição na Guiné-Bissau "estão todos cansados: o presidente, o primeiro-ministro, o ministro de Estado Vaz, todos eles estão esgotados de dois anos de trabalho às vezes muito ingrato, sem serem reconhecidos, sempre a serem criticados como golpistas".

"Eu lido com eles e vejo: eles querem que o processo chegue ao fim, nós acreditamos", sublinhou, ao justificar a aceitação de um adiamento da data das eleições.

Ramos-Horta felicitou ainda as autoridades de transição pelo "grande sucesso" do recenseamento eleitoral que termina na sexta-feira, uma vez que deverá registar 90 por cento dos eleitores previstos (810 mil) - uma taxa acima do que se verifica na Europa, nomeadamente em Portugal ou Inglaterra, referiu.

O parlamento guineense terá que aprovar alterações à lei para encurtar os prazos do processo eleitoral (publicação de cadernos eleitorais, entrega de candidaturas, período de campanha, entre outros aspetos), de maneira a que todo ele tenha suporte legal, transparente e claro, segundo tem sido referido pelas autoridades de transição e parceiros internacionais.

Serifo Nhamadjo referiu hoje que o parlamento da Guiné-Bissau não consegue juntar deputados suficientes para discutir as alterações à lei eleitoral, porque os eleitos do partido maioritário (PAIGC - Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) se encontram reunidos em congresso - que ainda não tem data para terminar.

Lusa
 

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