quarta-feira, 26 de março de 2014

Brasil – UM MISTÉRIO: COMO ALCKMIN SOBREVIVE À SUA MEDIOCRIDADE?




O governador paulista, Geraldo Alckmin, é um político raro: ao contrário da maioria, ele fez sua carreira aparecendo o menos possível na mídia, fugindo de qualquer tema polêmico, se escondendo de tudo e de todos. É um notável exemplo de alguém absolutamente medíocre que deu certo, que chegou lá. Um caso inexplicável de sucesso - a marca de seu governo é o nada, o vazio. Não elege prioridades, não ostenta bandeiras, não contribui com uma ideia para o desenvolvimento do país, não faz um discurso digno de nota - suas frases quase não têm verbo, são como slogans publicitários. 

É para ser estudado...

Mas a cada dia que passa a sua (indi)gestão, tão bem maquiada pelo silêncio estrondoso da imprensa, sofre pequenos abalos, mínimas fissuras, como os casos recentes do escândalo do metrô e o colapso do abastecimento de água.

Incrível como ele ainda sobrevive a tais calamidades.

Só a benevolência da mídia, a escandalosa blindagem que se construiu em torno de sua figura, o controle da Assembleia Legislativa e a lealdade e união de seu grupo político podem explicar como Alckmin não é hoje um cadáver político insepulto e tenha grandes chances de ser reeleito.

Sua última declaração pública, a respeito do estudo que mostra que a Polícia Militar paulista mata três vezes mais negros que brancos, é um primor de canalhice - nada que contrarie outras que foram dadas sobre o tema da segurança pública, principalmente:

"A academia de Polícia Militar do Barro Branco é muito rigorosa. A formação dos nossos policiais é muito rigorosa. Há cursos voltados à questão de direitos humanos, respeito às pessoas. A polícia de São Paulo é extremamente preparada. Ela faz cumprir a lei, mas com respeito às pessoas", disse o governador, com a convicção dos piores atores canastrões que o cinema já produziu.

O governador do Estado mais rico e importante da federação afirmar uma coisa dessas, é, por si só, uma prova de que São Paulo está sendo governado por um lunático, por um sujeito que não vive a realidade, está em outro mundo.

Mas se fosse só isso...

Os sintomas dessa perturbação mental de Alckmin são visíveis ainda nas reiteradas vezes em que iludiu a opinião pública ao dizer que não haverá racionamento de água em São Paulo - quando ele já ocorre de fato nos bairros mais pobres -, em sua inação para pelo menos tentar reverter o quadro de colapso no abastecimento, e, agora, em sua mudez em relação a esse acinte à população que foi a propaganda radiofônica do Metrô que diz que trem superlotado é ótimo porque permite que os manos xavequem as minas.

E o pior de tudo é que não dá para afirmar que esse é o fundo do poço.

Com a eleição se aproximando, é bem provável que a ansiedade e o nervosismo provoquem manifestações ainda mais graves em Sua Excelência.

Na foto: Alckmin, um governo marcado pelo nada absoluto.  -Marcelo Camargo/ABr

Sem comentários:

Mais lidas da semana