O representante das
Nações Unidas na Guiné-Bissau, Ramos-Horta, avisou hoje que a organização não
vai tolerar qualquer atitude intimidatória «de quem quer que seja» contra
políticos durante a campanha eleitoral.
O Partido da
Renovação Social (PRS) denunciou o sequestro hoje de um dos seus candidatos às
eleições legislativas de 13 de abril, Mário Fambé, que terá sido levado para
parte incerta por homens armados, ao sair da sua casa, em Bissau, e por razões
não reveladas.
O caso foi
denunciado numa conferência de imprensa do candidato presidencial Abel Incada,
segundo o qual tem havido perseguições contra outros dirigentes do PRS por
parte de elementos que não identificou.
O representante do
secretário-geral das Nações Unidas em Bissau, José Ramos-Horta, disse hoje à
Lusa que já está ao corrente da situação.
Segundo referiu,
foi informado por dirigentes do PRS e está em contacto com as autoridades
políticas para um esclarecimento e resolução do caso, referiu.
«Há contactos
feitos por quem de direito no Governo e nas autoridades militares. Vamos ver a
evolução da situação nas próximas 24 horas. Já alertei o secretário-geral [da
ONU] e o Conselho de Segurança para essa questão», disse Ramos-Horta.
Para o responsável,
a ONU não vai tolerar a interferência de forças estranhas ao processo
eleitoral.
«É totalmente
inaceitável, por parte de quem quer que seja. Ninguém neste país está acima da
Constituição, da lei, dos tratados internacionais, que obriga-nos a todos a
respeitar a dignidade humana, a liberdade num Estado de direito», avisou
Ramos-Horta.
A ONU poderá mesmo
vir a tomar uma atitude no sentido de garantir segurança e tranquilidade às
eleições, precisou o seu representante em Bissau.
«Se for preciso, o
secretário-geral, através do Conselho de Segurança, em Nova Iorque, tomará as
medidas que achar pertinentes para garantir a paz, segurança, a tranquilidade durante
todo este processo», sublinhou Ramos-Horta.
José Ramos-Horta
falava à margem da cerimónia de assinatura de um código de conduta eleitoral
proposto pelas organizações da sociedade civil aos candidatos e partidos
concorrentes às eleições gerais de 13 de abril.
Lusa, em Diário
Digital
Sem comentários:
Enviar um comentário