domingo, 13 de abril de 2014

Lisboa: Taxa de participação nas eleições da Guiné superior a 50% em Portugal




A votação em Portugal para as eleições gerais na Guiné-Bissau está a decorrer com normalidade e às 15:30 a taxa de participação era superior a 50 por cento, disse à agência Lusa fonte da embaixada em Lisboa.

"A taxa de participação em todas as mesas está acima dos 50 por cento", indicou o encarregado de negócios da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal, adiantando que "tudo está a decorrer normalmente".

Recensearam-se em Portugal quatro mil guineenses e, segundo M'bala Alfredo Fernandes, "as pessoas acorreram em massa" às urnas. A embaixada organizou nove mesas de voto em Portugal, seis das quais na zona da grande Lisboa e, em duas destas, registam-se "filas grandes".

M'bala Alfredo Fernandes explicou que as assembleias situadas no concelho da Amadora e na Universidade Lusófona estão "em sítios centrais, mais acessíveis" e muitas pessoas optaram por elas, em vez de votarem na mesa da sua área de residência.

Ednilson dos Santos, de 29 anos, dá apoio à comissão de recenseamento em Portugal e está na mesa da Universidade Lusófona desde as 07:00. As urnas abriram às 08:00.

"As pessoas estão a demorar algum tempo (a votar) e já tivemos de arranjar uma segunda cabine de voto", disse à Lusa.

Perto das 15:00, cerca de quatro dezenas de pessoas esperavam junto ao auditório da Universidade Lusófona a sua vez para escolher o novo presidente e o parlamento da Guiné-Bissau.

Luís Júnior, de 24 anos, disse à Lusa estar na fila há 30 minutos, mas tal não parecia fazer diminuir o seu entusiasmo.

Confessou ser a primeira vez que vai votar, o que considera "muito importante", porque "é um dever cívico de qualquer cidadão consciente, com interesse pelo país a que pertence".

Luís Júnior, que está há 13 anos em Portugal, frequentando atualmente o mestrado em Ciências Jurídicas Empresariais, acredita "plenamente" que a situação vai mudar na Guiné-Bissau.

"É a esperança que nos caracteriza. Toda a diáspora acredita que haverá um dia melhor para a Guiné-Bissau", disse.

Niraide Figueiredo, de 28 anos e há nove em Portugal, também confia que as eleições vão mudar a situação no seu país, porque os candidatos propostos "são capacitados para promoverem a mudança".

Vê o seu voto como um contributo para a alteração da situação e considera: "para criticarmos temos de exercer o nosso direito (de voto)".

"As pessoas não estão satisfeitas com o estado em que a Guiné está", disse à Lusa Quintino Gomes, de 67 anos, para explicar a afluência dos seus concidadãos às urnas.

Quintino Gomes considera o seu voto importante "para a Guiné voltar à sua normalidade".

"Agora sinto vergonha de dizer que sou guineense", confessou Júlio Pereira, de 40 anos, justificando a importância que tem para si a votação nestas eleições.

"Tenho a certeza que as eleições vão mudar a situação no país. Só com eleições é que podemos resolver qualquer coisa. Com confusão nunca muda", disse à Lusa, depois de ter participado no escrutínio.

Previstas para ocorrerem em abril de 2013 e sucessivamente adiadas, as eleições gerais de hoje visam restabelecer a situação política na Guiné-Bissau na sequência do golpe de Estado de abril de 2012, quando os militares derrubaram o presidente interino Raimundo Pereira e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e instalaram um governo de transição.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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