O Presidente da
República, Armando Guebuza, afirmou ontem em Quelimane que os partidos
políticos sérios e democráticos têm a obrigação de comunicar as suas decisões
ao povo, por isso, não vê irregularidade nenhuma em apresentar Filipe Nyusi
como candidato da Frelimo às eleições presidenciais de 15 de Outubro.
Falando ontem num
comício popular por si dirigido, Armando Guebuza criticou as vozes que se
levantam no seio de alguns sectores da sociedade civil e partidos políticos da
oposição que o acusam de estar em pré-campanha eleitoral, a favor de Filipe
Nyusi, candidato da Frelimo na eleição presidencial, de Outubro.
Armando Guebuza
afirmou que Nyusi é apenas um candidato escolhido pelo seu partido para
disputar o cargo de Presidente da República com os outros concorrentes, e que,
por isso, neste momento está apenas a ser apresentado como tal, podendo os
outros partidos, querendo, fazer o mesmo relativamente aos seus candidatos.
Ao ser apresentado,
Filipe Nyusi disse numa breve intervenção bastante ovacionada que se guia pelos
mesmos ideais de Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano e Armando
Guebuza, que têm a ver, designadamente, com a unidade nacional, com a
independência, a paz e o desenvolvimento do país.
Sem fazer nenhum
discurso político, Nyusi afirmou apenas que está na Zambézia para saudar e
felicitar o povo, pelo esforço que tem feito para se ressarcir-se dos efeitos
negativos das inundações, que desalojaram sete mil famílias e destruíram as
casas.
Guebuza aproveitou
a ocasião para mostrar a sua solidariedade para com as vítimas das inundações
que assolaram alguns distritos da Zambézia no início deste ano.
Apelou aos cidadãos
com capacidade eleitoral activa que ainda não se recensearam para o fazerem no
mais curto espaço de tempo, explicando que o recenseamento é o único garante
para que todos possam participar nas eleições gerais de 15 de Outubro.
“Até ao dia
29 de Abril há tempo suficiente para todos regularizarem a sua situação
eleitoral”, considerou o Chefe do Estado moçambicano.
Armando Guebuza
renovou o seu apelo à paz, afirmando que o uso das armas nunca irá resolver os
eventuais problemas que possam existir. Disse que tudo deve ser feito dentro da
Constituição da República e nos órgãos de tomada de decisão, referindo-se à Assembleia
da República, onde o povo está representado pelos seus mandatários.
Nesta perspectiva,
apelou às confissões religiosas para continuarem a rezar pela paz, como um bem
indispensável que cria condições para o desenvolvimento do país.
Antes do início do comício
várias confissões religiosas rezaram para que a paz seja restabelecida o mais
rápido possível, para se retomar sem receios o desenvolvimento do país e tornar
possível um ambiente tranquilo e sereno no diálogo político em curso entre o
Governo e a Renamo, para resolver as possíveis diferenças entre as partes.
Ainda no contexto
da sua presidência aberta e inclusiva, iniciada ontem na Zambézia, Armando
Guebuza plantou uma árvore na Escola Secundária e pré-universitária 25 de
Setembro de Quelimane, simbolizando o gesto a necessidade da paz e da
preservação do meio ambiente.
O Presidente da
República chegou ontem a Quelimane, no início da segunda fase da última edição
da Presidência Aberta e Inclusiva edição 2014. O Chefe do Estado vai, também,
trabalhar na província de Nampula. A edição deste ano da Presidência Aberta e
Inclusiva tem como propósito fazer o balanço da implementação do Programa
Quinquenal do Governo, das suas realizações e também para agradecer o
apoio prestado à sua governação pelo povo e pelos governos locais, a vários
níveis.
Constitui ainda
objectivo da presente edição o reconhecimento do contributo da população na
consolidação da unidade nacional, pela sua entrega em acções de desenvolvimento
e, sobretudo, pela sua inestimável manutenção do clima de paz em Moçambique.
Nesta deslocação, o
Presidente da República faz-se acompanhar pelos ministros na Presidência para
Assuntos Sociais, Feliciano Gundana, da Administração Estatal, Carmelita
Namashulua, do Interior, Alberto Mondlane, da Cultura, Armando Artur, e pelos
vice-ministros da Energia, Jaime Himede, da Função Pública, Abduremane Lino, e
dos Transportes Comunicações, Eusébio Saíde.
Jocas Achar –
Jornal Notícias (mz)
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