O Fundo Monetário
Internacional (FMI) considera que Angola vai crescer apenas 5,3 por cento este
ano e 5,5% em 2015, contrastando com os números do Governo, que espera um
aumento do PIB de 8,8% em 2014.
De acordo com o
World Economic Outlook, hoje divulgado em Washington, a economia angolana deve
crescer 5,3% este ano, acelerando para os 5,5% no próximo ano, depois de ter
crescido 4,1% em 2013.
O crescimento
previsto pelo FMI para Angola é, aliás, o mais baixo no grupo de países que são
exportadores de petróleo, com excepção da Guiné Equatorial, que deverá
continuar em recessão acentuada neste ano e em 2015.
O grupo de países
africanos exportadores de petróleo deverá crescer, em média, 6,7% neste e no
próximo ano, liderado pela Nigéria, cuja economia deverá expandir-se perto de
7% neste e no próximo ano.
Outra das notas
importantes do relatório hoje divulgado tem a ver com os preços suportados
pelos consumidores, cujo aumento deverá reduzir-se para 7,7% em 2014 e 2015,
depois de ter crescido 8,8% no ano passado, o que significa que os peritos do
FMI consideram que a nova pauta aduaneira não vai trazer preços mais altos para
os consumidores, ao contrário da generalidade das previsões dos economistas e
dos analistas internacionais, incluindo o próprio Governo angolano.
O relatório sobre a
evolução da economia mundial surge menos de um mês depois da divulgação da análise
do FMI a Angola, na qual se mostrou preocupado com o regresso de Angola ao
défice orçamental e defende o fim dos subsídios dos combustíveis,
substituindo-os por "transferências dirigidas para os sectores mais
vulneráveis".
Nesse documento,
libertado ao abrigo do artigo 4º, a análise actual que o FMI faz às economias
dos seus membros, o FMI prevê que, dada a baixa execução orçamental em 2013, o
PIB nesse ano seja de 4,1%, inferior aos 5,1% antecipados pelo governo.
A falta de
satisfação dos compromissos internos, designadamente os pagamentos dos
atrasados internos em 2010 e os pagamentos previstos em 2011 constituem
"um desapontamento" para o FMI, que destaca o regime jurídico
angolano como um dos factores que ajudaram àquela situação.
Reconhecendo a
"melhoria contínua do défice primário não petrolífero", o FMI destaca
a importância da mobilização de recursos internos, especialmente a receita não
petrolífera, e advertiu contra o "aumento permanente" nos gastos do
governo, não acompanhados do alargamento da base fiscal não petrolífera, para
evitar a acumulação de dívidas.
Por outro lado, no
comunicado do FMI destaca-se como positivo três aspectos: manutenção da taxa de
inflação num dígito, aumento das reservas de divisas e estabilidade da taxa de
câmbio.
Lusa, em SOL
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