quarta-feira, 28 de maio de 2014

Economia portuguesa perdeu 680 mil empregos em cinco anos



Ana Suspiro – jornal i

A reestruturação financeira das empresas, em particular das PME,é apontada como um factor crítico para a retoma econômica no período pôs ajustamento, na medida em que dela depende o crescimento do investimento e a criação de emprego

A economia portuguesa perdeu 680 mil postos de trabalho nos últimos cinco anos. Os dados do Banco de Portugal mostram que a perda de empregos foi especialmente relevante na indústria onde atingiu 360 mil pessoas.

Uma parte desta evolução é o resultado do processo de viragem da economia para o sector terciário, visível na subida do emprego nos serviços. No entanto, a análise da economia portuguesa do relatório anual, aponta para "aspectos particulares" que levaram ao crescimento do emprego em sectores da administração publica, saúde e educação.

A par da queda do emprego, os dados do Banco de Portugal, ilustram uma descida acentuada da população activa face às projecções feitas em 2006. Só no ano passado, a população activa perdeu 121 mil trabalhadores, dos quais 70 mil se concentram no grupo com menos de 25 anos. No grupo entre os 25  e os 34 anos, a população activa caiu 51 mil indivíduos. O Banco de Portugal admite que os fluxos migratórios expliquem esta evolução, a par com o aumento dos anos de escolaridade e um maior nível de desencorajamenro dos desempregados.

A evolução do mercado do trabalho é um ponto chave do relatório que analisa a evolução da economia portuguesa no período do ajustamento em que se assume que o aumento do desemprego foi um dos maiores custos do processo de consolidação e reestruturação. Apesar dos sinais positivos visíveis na reorientaçao da economia para os sectores transaccionáveis, a nível micro este dinamismo não se sente ainda.

Entre as fragilidades estruturais que já existiam antes da crise econômica e financeira e que ainda não foram ultrapassadas, destacam se o elevado nível de endividamento das empresas portuguesas, que trava o investimento. Um baixo grau de qualificação e inovação, em particular ao nível da gestão e orientação das empresas, associado à pequena dimensão e estrutura familiar da maioria das sociedades, também pesam.

A reestruturação financeira das empresas, em particular das PME, é apontada como um factor crítico para a retoma econômica no período pôs ajustamento, na medida em que dela depende o crescimento do investimento e a criação de emprego.

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