José Adelino Maltês
– Público, opinião
Uma das maiores
abstenções da nossa história democrática. Uma das maiores derrotas da direita
política. O ponto mais baixo de apoio popular ao europeísmo. Os três principais
resultados do passismo, medidos em termos de sufrágio universal e direto.
Por outras
palavras, é inequívoca a vitória da chamada esquerda. Somando PS, comunistas e
bloquistas e não dizendo que Marinho e Pinto é de direita, deve ter sido a pior
derrota da direita política cá na terra, desde a instauração da democracia. Mas
os minoritários dos urneiros continuam a falar em revolução de cima para baixo.
Por outras
palavras, Passos passou-se. Seguro segura-se. O PCP é dos maiores partidos
comunistas na Europa. Mas todos vão tapando o sol com uma peneira. Nem reparam
que o sol já se pôs, há muito.
De certa maneira,
confirma-se que Portugal continua a viver em contraciclo face aos nossos
companheiros da União Europa, onde, globalmente, houve menos abstenção, ganhou
a direita e cresceu, em ritmo de sismo, a extrema-direita. Isto é, houve mais
convergências à direita, menos convergências à esquerda e a emergência de
independentistas, da Flandres à Catalunha. Uma Europa da complexidade
crescente, onde os tradicionais urneiros da Ilusitânia, com tantas contas de
sumir, demonstram como é difícil ter confiança neles para o tratamento das
contas públicas.
Pedimos desculpa
por esta interrupção, a falta de compromisso para a salvação pública ameaça
continuar.
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