Hong
Kong, 11 jun (Lusa) -- Cerca de 40 manifestantes protestaram hoje em Hong Kong contra a
divulgação de um documento visando reafirmar o controlo da China sobre a
cidade, brandindo rolos de papel higiénico onde tinha sido impresso o documento
constitucional da região.
Os
manifestantes, que se concentraram junto do escritório da representação de
Pequim, queimaram uma cópia do relatório do Conselho de Estado da China.
O
Conselho de Estado da China publicou na terça-feira um relatório oficial sobre
a política para Hong Kong, em que reitera as promessas de aplicação do sufrágio
universal para a antiga colónia britânica em 2017, embora condicionada a uma
seleção.
O
Governo chinês diz apoiar Hong Kong "no desenvolvimento do sistema de
governação democrática", sublinhando que a implementação do sufrágio
universal será "gradual e ordenado".
Nas
negociações para a transferência da soberania de Hong Kong para a China,
concretizada em 1997, Pequim assumiu o compromisso de aplicar à cidade o
sufrágio universal quer na eleição do chefe do Executivo, o líder político da
Região Administrativa Especial, quer para o Conselho Legislativo, o parlamento
local.
Atualmente,
a população de Hong Kong escolhe em sufrágio universal apenas metade dos 70
elementos do Conselho Legislativo, sendo o chefe do Executivo designado por um
comité de seleção de 1.200 membros, que permite que Pequim consiga fazer valer
uma posição.
Interpretado
como um aviso para a cidade não ultrapassar os limites da sua autonomia, o
documento do Conselho de Estado foi divulgado numa altura de crescente tensão
política em Hong Kong ,
onde grupos pró-democracia temem que Pequim recue nas reformas prometidas.
"Foi
um passo sem precedente dado pelo Conselho de Estado com o objetivo de
dissuadir as pessoas de exprimirem publicamente o seu apoio à democracia
real", disse hoje o líder do Partido Cívico, Alan Leong, à agência France
Presse.
PAL
(JCS) // PJA - Lusa
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