Malabo,
22 jul (Lusa) - O ministro dos Assuntos Exteriores da Guiné Equatorial, Agapito
Mbo Mokuy, considerou, em entrevista à agência Lusa, que a entrada do país na
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) constitui um "regresso a
casa".
Em
entrevista à agência Lusa, o ministro recordou que o país foi colonizado mais
tempo por Portugal do que por Espanha, pelo que os laços entre a lusofonia e a
Guiné Equatorial são "muito fortes e históricos".
"Hoje
em dia, integrar a CPLP é somente voltar a casa", completando uma
"realidade histórica", salientou Agapito Mbo Mokuy.
O
país foi descoberto no século XV por navegadores portugueses, que fundaram a
atual capital, Malabo, na antiga ilha de Fernão Pó (atual Bioko). Em 1777, o
território que compõe a atual Guiné Equatorial foi entregue à Coroa espanhola
no âmbito do Tratado de São Ildefonso, permitindo a regularização das
fronteiras interiores do Brasil, que estavam muito além dos limites impostos
pelo Tratado de Tordesilhas, de 1494.
No
processo de adesão à CPLP, a Guiné Equatorial foi obrigada, entre outras
condições, a ter o português como língua oficial e está em curso um programa de
ensino no país.
Agapito
Mbo Mokuy, que está já a ter aulas de língua portuguesa, mostrou-se confiante
no sucesso do ensino, considerando que "o espanhol é muito similar ao
português e por isso será muito fácil aprender".
No
entanto, a "aprendizagem do português não tem que ser o único
objetivo" na entrada da Guiné Equatorial, que aposta mais na
"integração económica e política dos países da CPLP".
"É
verdade que estamos a aprender o idioma, mas o que temos como objetivo final é
esta integração económica e política" dos países da CPLP que "usam o
português como veículo e idioma de comunicação".
PJA
// VM - Lusa
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