Francisco Louçã – Público, em Tudo Menos Economia
Entre
22 de julho e 12 de setembro de 1942, as autoridades nazis mataram ou
deportaram 300 mil judeus polacos para campos de extermínio. Só trinta e cinco
mil foram autorizados a ficar no gueto de Varsóvia. Esses, que se sabiam
condenados, prepararam-se para o pior, porque o exército ocupante os podia
exterminar sem piedade a qualquer momento.
Escavaram
túneis. Reforçaram caves e bunkers. Fabricaram bombas. Esconderam armas e
alimentos para resistir. Todos os edifícios foram transformados pelos
sobreviventes em lugares de resistência.
Quando
em abril do ano seguinte as tropas nazis entraram no gueto para dizimar a
população, as milícias, 550 homens e mulheres com o apoio de todos,
responderam. Combateram prédio a prédio, sala a sala, túnel a túnel. O mais forte
exército do planeta contra civis que lutavam pela vida e pela humanidade.
O
mundo ignorou-os e foram poucos os que conseguiram escapar da morte.
Foi
uma das mais brilhantes histórias de coragem da modernidade e durou um mês.
Marcou-nos para todo o tempo.
Gaza,
a maior prisão ao ar livre do mundo, está a ser metodicamente destruída há
vinte e três dias.
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