quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Brasil - Eleições: Aécio perde e Marina disputa segundo turno com Dilma, prevê pesquisa



Correio do Brasil, São Paulo

O comitê de campanha do candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, acordou de prontidão, nesta quarta-feira, após a divulgação dos primeiros resultados das pesquisas com o ingresso da candidata do PSB, Marina Silva, na corrida eleitoral. A ex-senadora tira votos da presidenta Dilma Rousseff, sim, mas o maior estrago acontece no eleitorado de Neves, segundo análise do tracking diário, encomendado pela campanha tucana e vazado para um diário da mídia conservadora.

A ex-senadora, com 21% das intenções de voto no Datafolha, frente aos 20% do tucano, estreou bem em Minas Gerais, reduto político tucano, além de São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil e joia da coroa de Neves. Apesar de ainda considerarem o cenário incipiente, analistas observam que esse movimento não se encerrou ainda e tende a se cristalizar na estreia de Marina nos programas do horário político.

Nesta manhã, o PSB estreou a chapa presidencial com a ex-senadora Marina Silva como candidata à Presidência da República e o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) como vice. Marina era vice na chapa encabeçada por Eduardo Campos, morto na semana passada durante acidente aéreo. O anúncio informal ocorreu na noite passada, em pronunciamento do presidente do PSB, Roberto Amaral, no Recife, seguido por uma nota do partido sobre a decisão oficializada na reunião da Executiva Nacional da legenda, nesta tarde.

“(O PSB) entende que a melhor opção partidária na triste circunstância imposta pela tragédia, é para o PSB e para a coligação Unidos pelo Brasil convidar os companheiros Marina Silva e Beto Albuquerque para liderar nossa chapa presidencial. Desse pensamento partilha o PSB de Pernambuco”, acrescentou o documento, ressaltando desse modo a importância da base política de Campos na escolha”, afirmou a nota assinada por Amaral.

Segundo turno

Em linha com as pesquisas diárias dos tucanos, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, um dos coordenadores de campanha da presidenta Dilma Rousseff à reeleição, prevê que o segundo turno será mesmo contra a candidata Marina Silva.

– Minha opinião não é a mesma de alguns companheiros meus do partido e do governo. Eu acho que a Marina vai ser mais forte que o Aécio (Neves, candidato do PSDB). Acho que a tendência é se tiver segundo turno, e tudo indica que vai ter segundo turno, vai ser com ela (Marina) – disse ele à agência inglesa de notícias Reuters na noite passada.

Pesquisa do Datafolha divulgada na madrugada de segunda-feira mostrou Dilma com 36% das intenções de voto, seguida por Marina com 21% e Aécio com 20%. Apesar de projetar esse cenário de disputa entre Dilma e Marina, o ministro afirmou que é preciso esperar um pouco para ver que discurso o PSB adotará na campanha e como Marina vai se comportar nos debates.

– O (Eduardo) Giannetti, que é o candidato a ministro da Fazenda dela, está dizendo que não tem diferença na área econômica entre ela e o Aécio. Acho que isso é que vai com certeza definir o crescimento dela ou que ela míngue. Com certeza o pessoal do Aécio está achando que ela não vai ter fôlego. O importante é saber o que ela vai dizer – disse Bernardo.

Para o ministro, Marina tem a vantagem em relação ao tucano por ter o ambiente de comoção instalado por conta da morte de Campos e por representar a surpresa de última hora na eleição. Além disso, Bernardo contesta a capacidade de Aécio de apresentar propostas.

– Ela tem esse fator surpresa. O Aécio ficou quatro anos no Senado e o que ele fez nesse período? O que ele apresentou? Não mostrou nada – avalia Bernardo, que admite enfrentar, doravante, uma campanha “muito dura”.

Na foto: Dilma e Marina já se enfrentaram, na campanha presidencial de 2010

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