segunda-feira, 18 de agosto de 2014

COMIGO TAMBÉM NÃO CONTES, Ó PASSOS!




Ouvi-te dizer no ex-Pontal, atual calçadão da Quarteira, ou lá onde foi, que não fazes mais propostas para a reforma das pensões e pensionistas. Eu estive a pensar e decidi seguir a tua linha - também não faço nem mais uma proposta. Este é um dos dois pontos que temos em comum; o outro é o de nem tu nem eu termos feito alguma vez qualquer proposta.

Henrique Monteiro – Expresso, opinião

Os pensionistas são uns chatos totais. Gastam dinheiro e não produzem; estão sempre doentes; queixam-se tanto que a sua associação se chama Apre, que, como se sabe, é uma interjeição apenas usada por quem tem dores provocadas pelos bicos de papagaio.

Além disso, os pensionistas são uma raça resiliente. Parecem urtigas. Não morrem, não emigram, não deixam de votar. Há pensionistas tão ingratos que chegam a ir votar de ambulância. A maioria fá-lo porque é do PCP ou da ala esquerda do PS e, apesar de ser velho, tem ilusões sobre a melhoria do pessoal político do país. Só no Bloco de Esquerda não há pensionistas, porque aquilo é gente que foge das pensões como o diabo da cruz. No Bloco o que há é campistas - nada numa pensão os atrai.

Os ricos, já se sabe, são hotelistas, e só não se assumem como tal porque isso lhes faz lembrar o Otelo Saraiva de Carvalho, personagem que, por sua vez, é pensionista, malgrado o nome.

Seja como for, é como disseste - e bem -, ó Passos, ninguém, nem mesmo um pensionista merece esta indefinição sobre o seu futuro imediato (a médio prazo, os pensionistas têm um futuro claro que passa por funerárias, cemitérios e gastos do Estado sob a forma de subsídio de funeral). Por isso, bastou-me ouvir-te para decidir eu também:

"Não farei mais propostas para reformar a segurança social"! 

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