Verdade (mz)
O
Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama,
poderão homologar os três documentos sobre os quais as delegações do Governo e
da Renamo alcançaram consensos em sede do diálogo político e, por conseguinte,
fazer uma declaração conjunta de cessão imediata das hostilidades em
Moçambique, nesta terça-feira (12), na capital moçambicana.
José
Pacheco, chefe da delegação do Executivo no diálogo, disse que “Armando Guebuza
está disponível, amanhã, 12 de Agosto”, para com o líder da Renamo homologarem
e declararem o cessar do conflito político-militar.
Entretanto,
o discurso de Pacheco é destoante quando ele diz o seguinte: “O Governo está
disponível para criar as condições logísticas, se for o caso, para que o
presidente da Renamo possa estar presente neste acto e, também, aliviá-lo da
situação de estar em permanente esconderijo e poder conviver em liberdade com
os moçambicano e com a comunidade internacional em liberdade plena”. É que as
palavras dele não reflectem que os seus pronunciamentos partam do entendimento
com a Renamo sobre a referida vinda de Dhlakama a Maputo.
Aliás,
Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo não disse nada que confirme que
o aludido encontro entre Guebuza e Dhlakama esteja marcado para a data avançada
por José Pacheco. Mas assegurou que o líder da “Perdiz” pretende que “havendo
entendimento com o Governo podemos declarar o cessar-fogo e ele (Dhlakama) irá
se encontrar com o Presidente Guebuza”.
De
referir que a proposta de amnistia dos elementos que estiveram envolvidos no
conflito político-militar no país foi submetida ao Parlamento pela Presidência
da República. Neste contexto, Verónica Macamo, pediu aos deputados para que
viabilizassem em definitivo esta matéria na generalidade e especialidade ainda
nesta terça-feira, com vista a garantir que os entendimentos alcançados em sede
do diálogo político tenham andamento definitivo.
Relativamente
à 70ª ronda do diálogo político que decorreu nesta segunda-feira (11), as duas
delegações assinaram e trocaram pastas cujo conteúdo eram três documentos
essenciais, nomeadamente um memorando de entendimento sobre o diálogo,
mecanismos de garantia da amnistia e os termos de referência tendo em vista a
vinda dos observadores internacionais que vão monitorar, observar e garantir a
implementação da cessação das hostilidades no país.
Os
documentos assinados dizem respeito a integração dos homens da Renamo nas
Forças de Defesa e Segurança (FDS), sua reinserção em actividades económicas e
sociais, cessação das hostilidades, entre outras matérias.
Segundo
Macuiane, “apesar de ter havido demora termos partido com pontos discordantes,
chegamos a um bom termo e queremos sublinhar que mais do que nunca é
fundamental empenharmo-nos na implementação na íntegra deste entendimento.
Torna-se fundamental, junto do Governo, com todos os moçambicanos, com o apoio
não só dos mediadores nacionais, que possamos trabalhar para o bem do nosso
povo”.
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