segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Diálogo: Guebuza e Dhlakama poderão assinar nesta terça-feira cessar-fogo em Moçambique



Verdade (mz)

O Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, poderão homologar os três documentos sobre os quais as delegações do Governo e da Renamo alcançaram consensos em sede do diálogo político e, por conseguinte, fazer uma declaração conjunta de cessão imediata das hostilidades em Moçambique, nesta terça-feira (12), na capital moçambicana.

José Pacheco, chefe da delegação do Executivo no diálogo, disse que “Armando Guebuza está disponível, amanhã, 12 de Agosto”, para com o líder da Renamo homologarem e declararem o cessar do conflito político-militar.

Entretanto, o discurso de Pacheco é destoante quando ele diz o seguinte: “O Governo está disponível para criar as condições logísticas, se for o caso, para que o presidente da Renamo possa estar presente neste acto e, também, aliviá-lo da situação de estar em permanente esconderijo e poder conviver em liberdade com os moçambicano e com a comunidade internacional em liberdade plena”. É que as palavras dele não reflectem que os seus pronunciamentos partam do entendimento com a Renamo sobre a referida vinda de Dhlakama a Maputo.

Aliás, Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo não disse nada que confirme que o aludido encontro entre Guebuza e Dhlakama esteja marcado para a data avançada por José Pacheco. Mas assegurou que o líder da “Perdiz” pretende que “havendo entendimento com o Governo podemos declarar o cessar-fogo e ele (Dhlakama) irá se encontrar com o Presidente Guebuza”.

De referir que a proposta de amnistia dos elementos que estiveram envolvidos no conflito político-militar no país foi submetida ao Parlamento pela Presidência da República. Neste contexto, Verónica Macamo, pediu aos deputados para que viabilizassem em definitivo esta matéria na generalidade e especialidade ainda nesta terça-feira, com vista a garantir que os entendimentos alcançados em sede do diálogo político tenham andamento definitivo.

Relativamente à 70ª ronda do diálogo político que decorreu nesta segunda-feira (11), as duas delegações assinaram e trocaram pastas cujo conteúdo eram três documentos essenciais, nomeadamente um memorando de entendimento sobre o diálogo, mecanismos de garantia da amnistia e os termos de referência tendo em vista a vinda dos observadores internacionais que vão monitorar, observar e garantir a implementação da cessação das hostilidades no país.

Os documentos assinados dizem respeito a integração dos homens da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança (FDS), sua reinserção em actividades económicas e sociais, cessação das hostilidades, entre outras matérias.

Segundo Macuiane, “apesar de ter havido demora termos partido com pontos discordantes, chegamos a um bom termo e queremos sublinhar que mais do que nunca é fundamental empenharmo-nos na implementação na íntegra deste entendimento. Torna-se fundamental, junto do Governo, com todos os moçambicanos, com o apoio não só dos mediadores nacionais, que possamos trabalhar para o bem do nosso povo”.

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