quinta-feira, 7 de agosto de 2014

MINISTRA PEDE CONTROLO E PREVENÇÃO DO ÉBOLA EM CABO VERDE




Ébola: Cristina Fontes anuncia triagem nos aeroportos e pede aos cabo-verdianos para evitarem viagens aos países afectados pela epidemia

A Ministra adjunta do primeiro-ministro, Cristina Fontes, pediu esta quarta-feira a colaboração de todos no controlo e prevenção do Ebola no país. "Não é para entrarmos em pânico, mas o perigo é real".

Cristina Fontes pediu a todos os cidadãos de Serra Leoa, Libéria, Guiné Conacri e Nigéria que vivem em Cabo verde "e que tiverem necessidade de visitar seus familiares" que antes de viajarem contactem as delegacias de saúde do país para controlo e orientação. O apelo serve também para aqueles que chegam a Cabo Verde destes destinos. "Quem não tiver urgência para viajar, o melhor é evitar. Essa doença não tem cura, nem vacina. Nós estamos pedindo, interpelando a colaboração de todos para prevenirmos".

A governante ainda alertou: "a pessoa infectada demora 21 dias para ter sintomas (período de incubação do vírus). E é nesta fase que a doença está apta a ser transmitida por meio de fluídos como vômito, sangue e lágrimas". A doença não é transmitida pelo ar ou por tosse, por exemplo", lembrou Cristina Fontes.

Cristina Fontes explicou ainda que todas as pessoas que chegam ao país por via aérea ou marítima com sintomas de febre, oriundos dos países onde há epidemia do Ebola, estão sendo encaminhados para centros de despistagem para monitoramento.

Segundo a Ministra da Saúde, "a Polícia Nacional está verificando nos aeroportos internacionais do país a proveniência dos passageiros que chegam ao país. "Se vem da Libéria, Serra Leoa e Conacri é imediatamente despistado. Se a pessoa não tiver nenhum sintoma é liberada. Se tiver sintomas, são verificados os seus sinais vitais e o doente será monitorado durante 21 dias pelo sistema de saúde que está montado", explicou Cristina Fontes.

A ministra lembrou ainda que o país dispõe de todo o aparato para agir em caso de confirmação ou suspeita da doença. "Temos equipamentos e kits de laboratório para fazer testes. O que nós queremos é reforçar a prevenção, para que não haja brecha", completou, fazendo menção ao ocorrido recentemente na Nigéria, com a confirmação do primeiro caso da doença no país. "Um alto funcionário da Libéria escondeu das autoridades sanitárias nigerianas que tinha estado num enterro de um familiar. Afirmou que não tinha entrado em contacto com ninguém. E vejam o que aconteceu".

O homem em questão é Patrick Sawyer, um consultor do Ministério das Finanças da Libéria, que morreu de Ebola na Nigéria, no dia último dia 25 de Julho, depois entrar em colapso ainda no aeroporto de Lagos e passar cinco dias em tratamento. Desde então, cinco casos de suspeita da doença foram notificados na Nigéria e anunciada a morte da enfermeira que participou dos cuidados de Sawyer.

"Portanto, se conseguirmos identificar os sintomas do vírus, isolamos o doente, o tratamos e impedimos (o espraiamento)", reforçou a ministra da Saúde. "Há algo que se chama Regulamento Sanitário Internacional, que é acionado nestes casos. As autoridades sanitárias nacionais já informaram as autoridades marítimas portuárias, e as hipóteses mais possíveis (de entrada da doença) são o aeroporto da Praia e do Mindelo. E nessas duas unidades estão a agir. Tudo o que pode ser feito do ponto de saúde está sendo feito. Teremos, inclusive, simulações para ver se as coisas estão a funcionar", garantiu a Ministra Adjunta e da Saúde de Cabo Verde.

A Semana (cv)

*Título PG

Leia mais em Página Global

Sem comentários:

Mais lidas da semana