Ébola:
Cristina Fontes anuncia triagem nos aeroportos e pede aos cabo-verdianos para
evitarem viagens aos países afectados pela epidemia
A
Ministra adjunta do primeiro-ministro, Cristina Fontes, pediu esta quarta-feira
a colaboração de todos no controlo e prevenção do Ebola no país. "Não é
para entrarmos em pânico, mas o perigo é real".
Cristina
Fontes pediu a todos os cidadãos de Serra Leoa, Libéria, Guiné Conacri e
Nigéria que vivem em Cabo verde "e que tiverem necessidade de visitar seus
familiares" que antes de viajarem contactem as delegacias de saúde do país
para controlo e orientação. O apelo serve também para aqueles que chegam a Cabo
Verde destes destinos. "Quem não tiver urgência para viajar, o melhor é
evitar. Essa doença não tem cura, nem vacina. Nós estamos pedindo, interpelando
a colaboração de todos para prevenirmos".
A
governante ainda alertou: "a pessoa infectada demora 21 dias para ter
sintomas (período de incubação do vírus). E é nesta fase que a doença está apta
a ser transmitida por meio de fluídos como vômito, sangue e lágrimas". A
doença não é transmitida pelo ar ou por tosse, por exemplo", lembrou
Cristina Fontes.
Cristina
Fontes explicou ainda que todas as pessoas que chegam ao país por via aérea ou
marítima com sintomas de febre, oriundos dos países onde há epidemia do Ebola,
estão sendo encaminhados para centros de despistagem para monitoramento.
Segundo
a Ministra da Saúde, "a Polícia Nacional está verificando nos aeroportos
internacionais do país a proveniência dos passageiros que chegam ao país.
"Se vem da Libéria, Serra Leoa e Conacri é imediatamente despistado. Se a
pessoa não tiver nenhum sintoma é liberada. Se tiver sintomas, são verificados
os seus sinais vitais e o doente será monitorado durante 21 dias pelo sistema
de saúde que está montado", explicou Cristina Fontes.
A
ministra lembrou ainda que o país dispõe de todo o aparato para agir em caso de
confirmação ou suspeita da doença. "Temos equipamentos e kits de
laboratório para fazer testes. O que nós queremos é reforçar a prevenção, para
que não haja brecha", completou, fazendo menção ao ocorrido recentemente
na Nigéria, com a confirmação do primeiro caso da doença no país. "Um alto
funcionário da Libéria escondeu das autoridades sanitárias nigerianas que tinha
estado num enterro de um familiar. Afirmou que não tinha entrado em contacto
com ninguém. E vejam o que aconteceu".
O
homem em questão é Patrick Sawyer, um consultor do Ministério das Finanças da
Libéria, que morreu de Ebola na Nigéria, no dia último dia 25 de Julho, depois
entrar em colapso ainda no aeroporto de Lagos e passar cinco dias em tratamento. Desde
então, cinco casos de suspeita da doença foram notificados na Nigéria e
anunciada a morte da enfermeira que participou dos cuidados de Sawyer.
"Portanto,
se conseguirmos identificar os sintomas do vírus, isolamos o doente, o tratamos
e impedimos (o espraiamento)", reforçou a ministra da Saúde. "Há algo
que se chama Regulamento Sanitário Internacional, que é acionado nestes casos.
As autoridades sanitárias nacionais já informaram as autoridades marítimas
portuárias, e as hipóteses mais possíveis (de entrada da doença) são o
aeroporto da Praia e do Mindelo. E nessas duas unidades estão a agir. Tudo o
que pode ser feito do ponto de saúde está sendo feito. Teremos, inclusive,
simulações para ver se as coisas estão a funcionar", garantiu a Ministra
Adjunta e da Saúde de Cabo Verde.
A Semana (cv)
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