Macau,
China, 28 ago (Lusa) - Os promotores do referendo civil sobre o sufrágio
universal em Macau dizem estar a ser pressionados pelo Ministério Público para
revelarem os dados dos residentes que votaram online.
O
referendo informal foi lançado no passado domingo, tanto na Internet como nas
ruas, onde a recolha de votos começou a ser feita através de 'tablets'. No
entanto, a votação presencial foi suspensa poucas horas depois de ter começado
por decisão da própria organização, que acusou a polícia de importunar os
votantes.
As
autoridades consideram que os promotores violaram a Lei sobre a Proteção de
Dados Pessoais ao recolher dados como o número do Bilhete de Identidade de
Residente. Como a recolha online não foi suspensa, foi lançada uma investigação
por desobediência qualificada ao presidente de duas das associações promotoras,
Jason Chao. O ativista foi um dos cinco detidos no passado domingo.
O
caso já foi entregue ao Ministério Público, que está agora a fazer a sua
própria investigação.
À
agência Lusa Scott Chiang, membro de uma das associações promotoras, a
Consciência de Macau, garante que o Ministério Público pediu a base dados do
site macau2014.org. "O Ministério Público está a investigar o caso e quer
ter acesso à base de dados", afirma.
No
entanto, o grupo tem-se recusado a fornecer a informação pedida. "Fizemos
uma promessa solene de proteger os dados pessoais. Se os cedermos vamos estar a
violar a confiança das pessoas. Se não o fizermos será considerado como
desobediência civil", explica.
Mesmo
correndo o risco de enfrentarem um processo judicial, os ativistas já
concordaram em não disponibilizar os dados dos votantes, nem durante o
referendo, nem depois: "Prometemos proteger os dados. Quando a votação
terminar, vamos destruí-los".
Os
promotores garantem ainda que o site está devidamente protegido contra ataques
informáticos.
A
agência Lusa contactou o Ministério Público mas não foi possível obter uma
resposta em tempo útil.
O
referendo que pretende aferir a opinião da população acerca da introdução do
sufrágio universal para a eleição do chefe do Executivo termina no domingo,
coincidindo com a eleição do próximo líder do Governo. O voto é restrito a um
colégio com 400 membros.
Às
18:00 (11:00 em Lisboa), 7.402 pessoas tinham votado no referendo civil.
ISG
// APN - Lusa
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