sexta-feira, 29 de agosto de 2014

JORNAL DO PC CHINÊS ADVERTE DEMOCRATAS DE HONG KONG




Pequim, 29 ago (Lusa) - Um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) advertiu hoje as organizações pró-democracia de Hong Kong que a China "não permitirá" que aquela Região Administrativa Especial do país seja governada por "uma personalidade anti-Pequim".

"A sociedade chinesa chegou à conclusão que será prejudicial para Hong Kong autorizar uma personalidade anti-Pequim a liderar a cidade", proclamou o Global Times, publicação em inglês do grupo Diário do Povo, o órgão central do PCC.

Num editorial intitulado "Extremistas não podem prevalecer em Hong Kong", o jornal diz que a China "está psicologicamente preparada para o agravamento das fraturas em torno da reforma politica" naquela antiga colónia britânica.

Os "extremistas" são os ativistas pró-democracia que se opõem à anunciada intenção do governo central chinês de condicionar a primeira eleição por sufrágio direto do chefe-executivo de Hong Kong, em 2017.

Segundo as regras que deverão ser anunciadas no domingo na capital chinesa, um Comité de Nomeação, constituído maioritariamente por representantes dos setores económicos e políticos de Hong Kong afetos a Pequim, irá selecionar "dois ou três candidatos".

O campo pró-democrático, que já organizou manifestações de rua com dezenas de milhares de pessoas, considera aquele processo "uma limitação à democracia" e ameaça promover novos protestos se a Assembleia Nacional Popular chinesa aprovar as referidas regras.

Ocupada pela Grã-Bretanha durante a 1.ª Guerra do Ópio (1838-42), Hong Kong foi integrada na Republica Popular da China no dia 01 de julho de 1979, segundo a fórmula "um pais, dois sistemas", adotada também em Macau, que garante às populações locais liberdades de expressão e organização politicas desconhecidas no resto do país.

Até agora, o chefe-executivo de Hong Kong tem sido eleito por um Comité de 1.200 membros selecionados entre os chamados "quatro setores" do território, nomeadamente líderes empresariais e delegados aos órgãos do poder central, em Pequim.

AC // APN - Lusa

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