Pequim,
29 ago (Lusa) - Um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) advertiu hoje as
organizações pró-democracia de Hong Kong que a China "não permitirá"
que aquela Região Administrativa Especial do país seja governada por "uma
personalidade anti-Pequim".
"A
sociedade chinesa chegou à conclusão que será prejudicial para Hong Kong
autorizar uma personalidade anti-Pequim a liderar a cidade", proclamou o
Global Times, publicação em inglês do grupo Diário do Povo, o órgão central do
PCC.
Num
editorial intitulado "Extremistas não podem prevalecer em Hong Kong ", o
jornal diz que a China "está psicologicamente preparada para o agravamento
das fraturas em torno da reforma politica" naquela antiga colónia
britânica.
Os
"extremistas" são os ativistas pró-democracia que se opõem à
anunciada intenção do governo central chinês de condicionar a primeira eleição
por sufrágio direto do chefe-executivo de Hong Kong, em 2017.
Segundo
as regras que deverão ser anunciadas no domingo na capital chinesa, um Comité
de Nomeação, constituído maioritariamente por representantes dos setores
económicos e políticos de Hong Kong afetos a Pequim, irá selecionar "dois
ou três candidatos".
O
campo pró-democrático, que já organizou manifestações de rua com dezenas de
milhares de pessoas, considera aquele processo "uma limitação à
democracia" e ameaça promover novos protestos se a Assembleia Nacional
Popular chinesa aprovar as referidas regras.
Ocupada
pela Grã-Bretanha durante a 1.ª Guerra do Ópio (1838-42), Hong Kong foi
integrada na Republica Popular da China no dia 01 de julho de 1979, segundo a
fórmula "um pais, dois sistemas", adotada também em Macau, que
garante às populações locais liberdades de expressão e organização politicas
desconhecidas no resto do país.
Até
agora, o chefe-executivo de Hong Kong tem sido eleito por um Comité de 1.200
membros selecionados entre os chamados "quatro setores" do
território, nomeadamente líderes empresariais e delegados aos órgãos do poder
central, em Pequim.
AC
// APN - Lusa
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