segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Angola – José Ribeiro desapareceu em combate ou apenas prepara regresso à terrinha



Folha 8, 06 setembro 2014

Presidente do Conselho de Adminis­tração das “Edições No­vembro” e di­rector do Jornal de Ango­la, António José Ribeiro, parece ter desaparecido em combate e estar re­fém da sua própria am­bição. Diz-se que entrou em depressão por ter sido informado que deixará a direcção do Pravda, que se sente traído pelo seu sipaio predilecto, Artur Queiroz, e incompreen­dido por todos aqueles a quem bajulou.

Mas, provavelmente, es­tará apenas a gozar fé­rias e a limar arestas que permitam uma comissão de serviço num dos mui­tos meios de comunica­ção social que o regime, seja via António Mos­quito (Jornal de Notícias e Diário de Notícias) ou Newshold (Sol e i), com­prou em Portugal.

António Mosquito, a pe­dido de quem manda (Isa­bel dos Santos), continua a querer que José Ribeiro integre a direcção de um dos jornais da Controlin­veste, solução que per­mitiria ao regime correr com um mercenário que deixou de ser útil.

Dessa forma, como aqui foi escrito, a concretizar­-se a “aquisição” do actual director do Jornal de An­gola, bem como do seu braço direito nos jogos sujos em que o jornal é pródigo, Artur Queiroz, o regime via-se livre de duas figuras polémicas e pagas a peso de ouro e que, ao fim e ao cabo, têm mar­cado negativamente as relações com Portugal, de­lapidado os cofres do jor­nal e contrariando a linha moderada do MPLA que advoga uma maior civili­dade na informação dada pelo único diário do país.

A isso acresce o mau am­biente no jornal que José Ribeiro dirige como um velho chefe do posto co­lonial, tratando os autóc­tones como sipaios.

“Para nós seria muito bom. Ficaríamos sem dois mercenários racis­tas que, cada vez mais, se assumem como per­tencendo a uma raça superior”, diz um co­laborador do Jornal de Angola, emprateleirado por contestar o estatuto do quero, posso e mando de que goza José Ribeiro. Mas, acrescenta, “o que seria bom para nós seria péssimo para os nossos colegas portugueses”.

A estratégia de António Mosquito, que parece nada incomodar os seus sócios, seria chutar Ar­tur Queiroz para o Por­to (Jornal de Notícias) onde, aliás, já trabalhou há umas décadas, dando a José Ribeiro um cargo honorífico sem efeitos efectivos na estratégia editorial do grupo.

“Seria uma forma de com uma cajadada matar dos coelhos”, diz uma fon­te portuguesa ligada aos media, explicando que “Angola se livraria de duas figuras extremistas e de diminuta credibili­dade profissional, ao mes­mo tempo que a Contro­linveste facturaria sobre esta concessão feita a An­tónio Mosquito, sobretu­do através da entrada de dinheiro da publicidade de empresas angolanas”.

Importa igualmente con­siderar que, mais uma vez via António Mosquito, existe a possibilidade de se estreitar as relações entre a Controlinveste e as Edições Novembro, criando sinergias – so­bretudo financeiras – que permitam criar um gran­de grupo empresarial.

Recorde-se que, com a anuência de José Ribeiro, Artur Queiroz, continua a pavonear-se pelo país como se fosse uma figura intocável. Em muitos ca­sos até parece intocável. Comete todo o tipo de abusos e ninguém o põe no lugar ou o manda de volta para a sua terra. Tem regalias superiores às dos ministros, ganha cerca de 12 mil dólares e todas as suas despesas (até a guarda e alimentação do seus cães quando está de férias) são pagas por fora.

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