quarta-feira, 17 de setembro de 2014

China: Julgamento de académico uigure começa entre receios de violência em Xinjiang




Urumqi, China, 17 set (Lusa) - As autoridades chineses ativaram apertadas medidas de segurança para o julgamento do académico de minoria uigure, acusado de separatismo, numa altura em que se teme uma escalada da tensão na violenta zona de Xinjiang.

Os advogados de Ilham Tohti, antigo professor de Economia numa universidade de Pequim, chegaram ao tribunal, em Urumqi, onde se espera que o académico negue as acusações, que podem condená-lo a uma pena perpétua.

No último ano, Xinjiang, onde vive a maior parte da comunidade uigure, tem assistido a um escalar da violência entre a população local e as forças de segurança, resultando em centenas de mortos.

A situação já levou Pequim a lançar uma campanha de repressão sobre os separatistas.

Os Estados Unidos, a União Europeia e diversas organizações de Direitos Humanos pediram a libertação de Ilham Tohti, um forte crítico das políticas da China para com os uigures.

"Ilham Tohti fez o seu trabalho de forma pacífica e dentro das leis chinesas, e acreditamos que deve ser libertado", afirmou Raphael Droszewski, responsável do departamento de assuntos políticos da missão europeia na China.

Droszewski está entre os nove diplomatas, de países incluindo a Alemanha, Reino Unido e Canadá, que viajaram para Urumqi para observar o julgamento, mas foram impedidos de entrar no tribunal.

Ilham Tohti foi detido em janeiro depois de ter criticado a resposta do Governo chinês e um ataque suicida na Praça de Tiananmen, em Pequim - as autoridades centrais culparam os militantes de Xinjiang pelo ataque.

Segundo o seu advogado Li Fangping, a acusação vai argumentar que os textos que Ilham Tohti publicou no seu sítio na Internet "Uighur Online", e as aulas que dava na Universidade de Minzu em Pequim, mostram que é um dos líderes de uma "criminosa organização separatista".

ISG // JCS - Lusa

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