Urumqi,
China, 17 set (Lusa) - As autoridades chineses ativaram apertadas medidas de
segurança para o julgamento do académico de minoria uigure, acusado de
separatismo, numa altura em que se teme uma escalada da tensão na violenta zona
de Xinjiang.
Os
advogados de Ilham Tohti, antigo professor de Economia numa universidade de
Pequim, chegaram ao tribunal, em Urumqi, onde se espera que o académico negue
as acusações, que podem condená-lo a uma pena perpétua.
No
último ano, Xinjiang, onde vive a maior parte da comunidade uigure, tem
assistido a um escalar da violência entre a população local e as forças de
segurança, resultando em centenas de mortos.
A
situação já levou Pequim a lançar uma campanha de repressão sobre os
separatistas.
Os
Estados Unidos, a União Europeia e diversas organizações de Direitos Humanos
pediram a libertação de Ilham Tohti, um forte crítico das políticas da China
para com os uigures.
"Ilham
Tohti fez o seu trabalho de forma pacífica e dentro das leis chinesas, e
acreditamos que deve ser libertado", afirmou Raphael Droszewski,
responsável do departamento de assuntos políticos da missão europeia na China.
Droszewski
está entre os nove diplomatas, de países incluindo a Alemanha, Reino Unido e
Canadá, que viajaram para Urumqi para observar o julgamento, mas foram
impedidos de entrar no tribunal.
Ilham
Tohti foi detido em janeiro depois de ter criticado a resposta do Governo
chinês e um ataque suicida na Praça de Tiananmen, em Pequim - as autoridades
centrais culparam os militantes de Xinjiang pelo ataque.
Segundo
o seu advogado Li Fangping, a acusação vai argumentar que os textos que Ilham
Tohti publicou no seu sítio na Internet "Uighur Online", e as aulas
que dava na Universidade de Minzu em Pequim, mostram que é um dos líderes de
uma "criminosa organização separatista".
ISG
// JCS - Lusa
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