A
língua portuguesa e os direitos humanos são dois dos valores da comunidade,
segundo o secretário-executivo da organização. Foi em julho que a
Guiné-Equatorial aderiu formalmente à CPLP.
A
Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) vai acompanhar a Guiné
Equatorial para que este novo Estado-membro possa "rapidamente assimilar
os valores" da comunidade, ao nível do português e dos direitos humanos,
garantiu o secretário-executivo da organização.
A
Guiné Equatorial aderiu formalmente ao bloco lusófono em julho, na cimeira de
Díli, durante a qual "houve uma recomendação de que seria importante que a
CPLP apoiasse a Guiné Equatorial na sua integração, aconselhando - não é
monitorizar -, fazendo uma assistência para que eles possam rapidamente
assimilar aqueles aspetos fundamentais que constituem os princípios e
valores", referiu o responsável, Murade Murargy, em entrevista à
Lusa.
Uma
recomendação feita por iniciativa de Portugal e que o secretário-executivo
recusou apelidar de "exigências". A entrada do país presidido por
Teodoro Obiang desde 1979 havia sido condicionada nos últimos anos ao
cumprimento de um roteiro que incluía a abolição da pena de morte e a adoção do
português como língua oficial - o espanhol é a língua mais falada.
Murade
Murargy salientou alguns avanços já anunciados pelo regime de Obiang,
nomeadamente a legalização dos partidos e a realização de um diálogo com todas
as forças políticas.
"Nem
todos falam português"
Na cimeira, foi realçada a ideia de que a Guiné Equatorial "é membro" da CPLP, mas "não está totalmente integrada", disse. O secretário-executivo exemplificou com a questão da língua: "Nem todos falam português. Estamos todos
Na
abertura da cimeira de Díli, o Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang, foi
chamado para o palco, onde já se encontravam os chefes de Estado dos restantes
países da CPLP. Questionado sobre se houve uma falha protocolar, Murargy negou.
"O
país anfitrião tem toda a liberdade de convidar e colocar um chefe de Estado
onde entender. Não vejo nenhum inconveniente ele [Obiang] estar ali sentado. Se
viesse outro chefe de Estado, teria acontecido o mesmo. Protocolarmente, é uma
questão de cortesia do Estado anfitrião", considerou.
Já
sobre o facto de, naquele momento, a Guiné Equatorial ter sido anunciada como
"novo membro" da comunidade, ainda antes da reunião em que os oito
chefes de Estado e de Governo iriam aprovar a entrada do nono membro, o
secretário-executivo disse ter-se tratado de uma "'gaffezinha' do
protocolo", que classificou de "lamentável".
Na
próxima semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados da CPLP
reúnem-se em Nova Iorque ,
à margem da assembleia-geral das Nações Unidas, e que contará já com a presença
do chefe da diplomacia equato-guineense.
Lusa,
em Expresso
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