sábado, 20 de setembro de 2014

Cabo Verde: REMODELAÇÃO GOVERNAMENTAL MERECE CRÍTICAS DA OPOSIÇÃO




Líder do Movimento para a Democracia considera remodelação governamental “uma mera reciclagem”

Cidade da Praia, 18 Set (Inforpress) - O presidente do Movimento para a Democracia (MpD), Ulisses Correia e Silva considerou hoje “uma mera reciclagem” a remodelação governamental anunciada pelo primeiro-ministro, José Maria Neves.

"Esta remodelação demonstra que o PAICV e o governo, além de estarem no fim da caminhada, não têm soluções para a governação. São as mesmas caras. As pessoas que já foram membros do governo e que voltam novamente ao cargo”, afirmou.

Segundo Ulisses Correia e Silva, mais do que a remodelação do governo, preocupa o MpD neste momento o “baixo crescimento económico, o desemprego, a falta de resposta para um mau ano agrícola que é já uma realidade, a problemática da energia, a insegurança e a criminalidade”.

O presidente do MpD afirmou que o governo tem um problema global de política económica, com falta de reformas nos diversos sectores, "e que não será com a reciclagem que se vai conseguir dar sinais na resolução dos problemas graves que o país atravessa neste momento".

Para Ulisses Correia e Silva “não há soluções à vista para este conjunto de situações que estão a atingir o país de forma muito grave”.

O líder do Movimento para a Democracia criticou também o chefe do Governo por não ter "libertado“ a ministra da Saúde, Cristina Fontes Lima e a da Juventude Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Hopffer Almada, para se dedicarem a tempo inteiro à campanha eleitoral do PAICV "e deixar as instituições do Estado a funcionarem na normalidade".

Quanto à transferência da pasta de investimentos para as mãos do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva disse que isso "não vai revitalizar este sector". “Não creio que seja esta a solução”, frisou.

Para o líder do maior partido da oposição, o problema neste sector não é só da atenção governamental. O problema é de instrumento de política e de um conjunto de sectores que interligados criam ou não um ambiente favorável ao investimento nacional e estrangeiro.

“Não creio que este Governo tenha capacidade de gerar confiança na economia do mercado para que possamos ter dinâmica de crescimento económico”, enfatizou.

JL – Inforpress



Remodelação governamental: PM acaba de apresentar a sua fraqueza da pior forma possível – UCID

Cidade da Praia, 18 Set (Inforpress) – O presidente da União Cabo-verdiana Independente Democrática (UCID), António Monteiro, considera que, com a remodelação governamental apresentada hoje, o primeiro-ministro, José Maria Neves, acabou por apresentar a sua “fraqueza da pior forma possível”.

Em declarações à Rádio de Cabo Verde, António Monteiro afirmou que um primeiro-ministro que quer efectivamente dar ao seu país uma dinâmica “muito forte” em termos de desenvolvimento económico e social teria feito uma remodelação com “maior profundidade”.

“Teria acima de tudo encontrado pessoas com nível de conhecimento muito avançado e não ficar naquela de ter as mesmas pessoas a rodar à volta da mesa sem que as condições próprias para o desenvolvimento real de Cabo Verde possam ser encontradas” sublinhou.

Para o líder partidário e deputado, a saída de Humberto Brito e a entrada de Leonesa Fortes para o agora denominado Ministério do Turismo, Investimento e Desenvolvimento Empresarial, demonstra que José Maria Neves “já não tem soluções para o país e que está um pouco cansado”.

O presidente dos democratas cristãos lembrou que foi o próprio José Maria Neves, que na altura do fórum Transformação de Cabo Verde, admitiu que não tem os melhores e mais competentes ministros no seu elenco governamental e questionou o porquê da não realização de uma remodelação mais aprofundada.

“Se ele tem esse sentimento porque não fazer uma remodelação profunda, procurar quadros competentes que esse país tem para que tenhamos um Governo sólido, forte e que permite resolver os problemas de Cabo Verde: a questão do desemprego, da economia que não cresce e da insegurança”, realçou o líder da UCID.

Sobre a permanência nos respectivos cargos da ministra da Juventude, Emprego e desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Hopffer Almada, e da ministra-adjunta e da Saúde, Cristina Fontes Lima, ambas pré-candidatas à liderança do PAICV, António Monteiro disse não ver problemas, desde que essa concorrência interna do PAICV não belisque o funcionamento das instituições.

“Agora a questão a que teremos que estar atentos é se as ministras irão utilizar os bens públicos, os meios do Estado para atingirem objectivos muito pessoais que é chegar à presidência do PAICV”, alertou.

Conforme a remodelação hoje anunciada, saem igualmente do Governo Jorge Borges, que é substituído por na pasta dos Negócios Estrangeiros por Jorge Tolentino, que por sua vez deixa o cargo de ministro da Presidência do Conselho de Ministros e da Defesa Nacional.

Esta remodelação fica marcada ainda pela entrada de quatro novas caras, entre as quais, Démis Lobo Almeida, da ilha do Sal, que é o novo ministro da Presidência do Conselho de Ministros, que terá ainda sob a sua alcançada a pasta da Comunicação Social, e Leonesa Fortes, que deixa o INPS (Instituto Nacional da Previdência Social) e que também vai assumir a pasta do Investimento, até agora entregue ao chefe do Governo.

A actual embaixadora de Cabo Verde em Bruxelas, Maria Jesus Miranda Mascarenhas, que regressa ao Governo como secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, e a directora do Tesouro, Esana Jacqueline de Carvalho, assume como secretária de Estado Adjunta da Ministra das Finanças e Planeamento, são as outras caras novas deste elenco governamental.

Rui Semedo passa a acumular as pastas dos Assuntos Parlamentares e da Defesa Nacional.

AT/MJB - Inforpress

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