Líder
do Movimento para a Democracia considera remodelação governamental “uma mera
reciclagem”
Cidade
da Praia, 18 Set (Inforpress) - O presidente do Movimento para a Democracia
(MpD), Ulisses Correia e Silva considerou hoje “uma mera reciclagem” a
remodelação governamental anunciada pelo primeiro-ministro, José Maria Neves.
"Esta
remodelação demonstra que o PAICV e o governo, além de estarem no fim da
caminhada, não têm soluções para a governação. São as mesmas caras. As pessoas
que já foram membros do governo e que voltam novamente ao cargo”, afirmou.
Segundo
Ulisses Correia e Silva, mais do que a remodelação do governo, preocupa o MpD
neste momento o “baixo crescimento económico, o desemprego, a falta de resposta
para um mau ano agrícola que é já uma realidade, a problemática da energia, a
insegurança e a criminalidade”.
O
presidente do MpD afirmou que o governo tem um problema global de política
económica, com falta de reformas nos diversos sectores, "e que não será
com a reciclagem que se vai conseguir dar sinais na resolução dos problemas
graves que o país atravessa neste momento".
Para
Ulisses Correia e Silva “não há soluções à vista para este conjunto de
situações que estão a atingir o país de forma muito grave”.
O
líder do Movimento para a Democracia criticou também o chefe do Governo por não
ter "libertado“ a ministra da Saúde, Cristina Fontes Lima e a da Juventude
Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Hopffer Almada, para se
dedicarem a tempo inteiro à campanha eleitoral do PAICV "e deixar as
instituições do Estado a funcionarem na normalidade".
Quanto
à transferência da pasta de investimentos para as mãos do primeiro-ministro,
Ulisses Correia e Silva disse que isso "não vai revitalizar este
sector". “Não creio que seja esta a solução”, frisou.
Para
o líder do maior partido da oposição, o problema neste sector não é só da atenção
governamental. O problema é de instrumento de política e de um conjunto de
sectores que interligados criam ou não um ambiente favorável ao investimento
nacional e estrangeiro.
“Não
creio que este Governo tenha capacidade de gerar confiança na economia do
mercado para que possamos ter dinâmica de crescimento económico”, enfatizou.
JL
– Inforpress
Remodelação
governamental: PM acaba de apresentar a sua fraqueza da pior forma possível –
UCID
Cidade
da Praia, 18 Set (Inforpress) – O presidente da União Cabo-verdiana Independente
Democrática (UCID), António Monteiro, considera que, com a remodelação
governamental apresentada hoje, o primeiro-ministro, José Maria Neves, acabou
por apresentar a sua “fraqueza da pior forma possível”.
Em
declarações à Rádio de Cabo Verde, António Monteiro afirmou que um
primeiro-ministro que quer efectivamente dar ao seu país uma dinâmica “muito
forte” em termos de desenvolvimento económico e social teria feito uma
remodelação com “maior profundidade”.
“Teria
acima de tudo encontrado pessoas com nível de conhecimento muito avançado e não
ficar naquela de ter as mesmas pessoas a rodar à volta da mesa sem que as
condições próprias para o desenvolvimento real de Cabo Verde possam ser
encontradas” sublinhou.
Para
o líder partidário e deputado, a saída de Humberto Brito e a entrada de Leonesa
Fortes para o agora denominado Ministério do Turismo, Investimento e
Desenvolvimento Empresarial, demonstra que José Maria Neves “já não tem
soluções para o país e que está um pouco cansado”.
O
presidente dos democratas cristãos lembrou que foi o próprio José Maria Neves,
que na altura do fórum Transformação de Cabo Verde, admitiu que não tem os
melhores e mais competentes ministros no seu elenco governamental e questionou
o porquê da não realização de uma remodelação mais aprofundada.
“Se
ele tem esse sentimento porque não fazer uma remodelação profunda, procurar
quadros competentes que esse país tem para que tenhamos um Governo sólido,
forte e que permite resolver os problemas de Cabo Verde: a questão do desemprego,
da economia que não cresce e da insegurança”, realçou o líder da UCID.
Sobre
a permanência nos respectivos cargos da ministra da Juventude, Emprego e
desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Hopffer Almada, e da
ministra-adjunta e da Saúde, Cristina Fontes Lima, ambas pré-candidatas à
liderança do PAICV, António Monteiro disse não ver problemas, desde que essa
concorrência interna do PAICV não belisque o funcionamento das instituições.
“Agora
a questão a que teremos que estar atentos é se as ministras irão utilizar os
bens públicos, os meios do Estado para atingirem objectivos muito pessoais que
é chegar à presidência do PAICV”, alertou.
Conforme
a remodelação hoje anunciada, saem igualmente do Governo Jorge Borges, que é
substituído por na pasta dos Negócios Estrangeiros por Jorge Tolentino, que por
sua vez deixa o cargo de ministro da Presidência do Conselho de Ministros e da
Defesa Nacional.
Esta
remodelação fica marcada ainda pela entrada de quatro novas caras, entre as
quais, Démis Lobo Almeida, da ilha do Sal, que é o novo ministro da Presidência
do Conselho de Ministros, que terá ainda sob a sua alcançada a pasta da
Comunicação Social, e Leonesa Fortes, que deixa o INPS (Instituto Nacional da
Previdência Social) e que também vai assumir a pasta do Investimento, até agora
entregue ao chefe do Governo.
A
actual embaixadora de Cabo Verde em Bruxelas, Maria Jesus Miranda Mascarenhas,
que regressa ao Governo como secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, e
a directora do Tesouro, Esana Jacqueline de Carvalho, assume como secretária de
Estado Adjunta da Ministra das Finanças e Planeamento, são as outras caras
novas deste elenco governamental.
Rui
Semedo passa a acumular as pastas dos Assuntos Parlamentares e da Defesa
Nacional.
AT/MJB
- Inforpress
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