terça-feira, 9 de setembro de 2014

Portugal: E ELE AINDA EXIGE BENEFÍCIO DA DÚVIDA



Ferreira Fernandes – Diário de Notícias, opinião

Paulo Bento disse: "Se no final da primeira jornada colocamos já tudo em causa, não me parece que seja o melhor caminho." Mas não o disse na posição em que devia: escanhoando-se, frente ao espelho e com a vergonha dos profissionais que sabem ter falhado tanto. Patrão de uma equipa que a FIFA coloca em 11.º lugar do ranking mundial, Bento perdeu em casa com a Albânia, do 70.º lugar. Um ranking não é ciência exata, viu-se em Aveiro, mas também não tem a consistência de ovos-moles. Entre Portugal e a Albânia estão todos os adversários que nos tocam no apuramento para o Europeu 2016. Quer dizer, começámos por perder, e em casa, com os mais fracos. Por isso é legítimo que, logo na "primeira jornada", a crítica seja dura. E é cedo, sim, que se deve malhar porque perante o descalabro é necessário pôr "tudo em causa". Não foi só o resultado. Com bons e razoáveis jogadores, ele, em vez de uma equipa, fez uma tropa fandanga. Quando se perde com a Albânia, e em casa, o mínimo a esperar de um treinador é que diga: "Não me parece que seja o melhor caminho." Mas que o diga a si, não às críticas. Aliás, o mérito de se atacar cedo não devia ser preciso explicar a Paulo Bento, mestre de atacar até antecipadamente: ele ainda não tinha dado provas no Mundial e já assinara um contrato para o Europeu. Pior para ele e para nós, de incompetente comprovado vai a caminho de ser incompetente insistente.

Sem comentários:

Mais lidas da semana