Ferreira
Fernandes – Diário de Notícias, opinião
Paulo
Bento disse: "Se no final da primeira jornada colocamos já tudo em causa,
não me parece que seja o melhor caminho." Mas não o disse na posição em
que devia: escanhoando-se, frente ao espelho e com a vergonha dos profissionais
que sabem ter falhado tanto. Patrão de uma equipa que a FIFA coloca em 11.º
lugar do ranking mundial, Bento perdeu em casa com a Albânia, do 70.º lugar. Um
ranking não é ciência exata, viu-se em Aveiro, mas também não tem a
consistência de ovos-moles. Entre Portugal e a Albânia estão todos os adversários
que nos tocam no apuramento para o Europeu 2016. Quer dizer, começámos por
perder, e em casa, com os mais fracos. Por isso é legítimo que, logo na
"primeira jornada", a crítica seja dura. E é cedo, sim, que se deve
malhar porque perante o descalabro é necessário pôr "tudo em causa".
Não foi só o resultado. Com bons e razoáveis jogadores, ele, em vez de uma
equipa, fez uma tropa fandanga. Quando se perde com a Albânia, e em casa, o
mínimo a esperar de um treinador é que diga: "Não me parece que seja o
melhor caminho." Mas que o diga a si, não às críticas. Aliás, o mérito de
se atacar cedo não devia ser preciso explicar a Paulo Bento, mestre de atacar
até antecipadamente: ele ainda não tinha dado provas no Mundial e já assinara
um contrato para o Europeu. Pior para ele e para nós, de incompetente
comprovado vai a caminho de ser incompetente insistente.
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