terça-feira, 30 de setembro de 2014

Portugal - Jerónimo de Sousa: Dados anunciados são "propaganda" do Governo




O secretário-geral do PCP considerou que os dados económicos divulgados hoje são elementos de "propaganda" do Governo, admitindo que possa acontecer a diminuição do défice à custa dos sacrifícios dos portugueses.

"Podem vir com esses números, mas a verdade, e isso não conseguem esconder aos portugueses, é que a dívida e o serviço da dívida hoje atingem níveis incomportáveis", declarou o dirigente comunista aos jornalistas no Funchal, á margem da inauguração da nova sede do partido na Madeira.

O responsável do PCP considerou que esses níveis "impossibilitam, de uma perspetiva de desenvolvimento, de investimento público, da necessidade que há hoje produzir mais, investir mais na produção nacional para criar mais emprego".

Para o responsável do PCP, estes valores são "claramente propaganda, porque ninguém no seu juízo é capaz de afirmar que hoje estamos em condições de corresponder ao pagamento da dívida e do serviço da dívida".

"Essa dívida e esse serviço da dívida hoje atingem níveis incomportáveis, tal como o défice", reforçou.

Jerónimo de Sousa admitiu que, "a manter-se esta política de cortes nos salários, nos direitos, de infernizar a vida aos portugueses através do aumento dos impostos, consigam reduzir o défice".

"Mas à custa de quê e de quem? Ninguém acredita que sem mais produção nacional, sem criar mais riqueza, não se cria mais emprego, não se criam melhores condições de vida para os trabalhadores e para o país", argumentou.

No que respeita ao défice, Jerónimo de Sousa declarou admitir que "procurem baixá-lo", mas de uma forma em que "os portugueses estão a ser sangrados em vida", nos salários, pensões e reformas.

"Naturalmente, assim conseguirão baixar o défice, mas, insisto, em que estado deixarão o país, em que estado ficarão os portugueses", interrogou-se ainda o líder comunista.

O défice orçamental atingiu 6,5% do PIB no primeiro semestre do ano, fixando-se nos 5.573,7 milhões de euros, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com base no novo sistema europeu de contas.

Por seu turno, o Governo comunicou a Bruxelas estimar que a dívida pública em 2014 atinja os 127,8 por cento do PIB, segundo o novo sistema euro+eu de contas, abaixo dos 130,9% previstos no segundo Orçamento Retificativo

Lusa, em Notícias ao Minuto

Jerónimo de Sousa: PS "substituiu as caras", mas não apresentou política alternativa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que os responsáveis pela atual situação no país "substituíram caras", puseram o "conta-quilómetros a zero", numa operação de "recauchutagem", mas não apresentaram uma política alternativa.

O líder comunista, que falava na inauguração do novo centro de trabalho do PCP no Funchal, considerou necessário "dar combate às mistificações dos responsáveis desta situação [do país] que governaram à vez ou juntos e se preparam para, substituindo caras, prosseguir a mesma política, pôr o conta-quilómetros a zero e apresentarem-se aos portugueses como impolutos e prontos para recomeçar de novo o que é velho e recauchutado".

Jerónimo de Sousa censurou também o "governo central que ensaia manobras de propaganda, fala de sinais de recuperação para aqui e para acolá, escamoteando a realidade, o desemprego, a pobreza, as injustiças, o endividamento".

À margem da cerimónia, quando questionado pelos jornalistas sobre o que classificou de "substituição de caras" no Partido Socialista, o dirigente nacional do PCP opinou que "nesta questão interna do PS, uma coisa não ficou clara, que é a política alternativa, a mudança".

"Sim ou não: preparam-se para manter o rotativismo e a alternância e não uma verdadeira alternativa que passa pela clarificação sobre o que pensam sobre a política económica e da União Europeia, os grandes problemas e os estrangulamentos que hoje estão tão vivos na sociedade portuguesa", argumentou.

Para Jerónimo de Sousa, continua a haver "um grande ponto de interrogação". "Mudou--se as caras, mas não encontramos, não vislumbramos durante este processo essa defesa de uma política alternativa necessária para o país", vincou.

Quando discursou na inauguração da nova sede, o secretário-geral do PCP realçou que com o novo espaço o partido na região "passa a ter uma casa própria sem sujeição" a outros poderes, seja o Estado, a banca, ou o económico ou empresarial.

O responsável corroborou que a "nova casa será paga sem favores", apenas com as contribuições dos militantes e simpatizantes do partido.

Segundo o líder comunista, as novas instalações vão também dar "mais força ao PCP para lutar pela rutura com esta política que está a conduzir o país e a região para o desastre, lutando pela demissão do governo, mas também pela derrota da política de direita, edificando a política alternativa, patriótica e de esquerda".

Por seu turno, o coordenador regional, Edgar Silva, anunciou uma campanha de fundos para concretizar os objetivos ambiciosos dos comunistas madeirenses, "rejeitando benesses".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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