O
secretário-geral do PCP considerou que os dados económicos divulgados hoje são
elementos de "propaganda" do Governo, admitindo que possa acontecer a
diminuição do défice à custa dos sacrifícios dos portugueses.
"Podem
vir com esses números, mas a verdade, e isso não conseguem esconder aos
portugueses, é que a dívida e o serviço da dívida hoje atingem níveis
incomportáveis", declarou o dirigente comunista aos jornalistas no
Funchal, á margem da inauguração da nova sede do partido na Madeira.
O
responsável do PCP considerou que esses níveis "impossibilitam, de uma
perspetiva de desenvolvimento, de investimento público, da necessidade que há
hoje produzir mais, investir mais na produção nacional para criar mais
emprego".
Para
o responsável do PCP, estes valores são "claramente propaganda, porque ninguém
no seu juízo é capaz de afirmar que hoje estamos em condições de corresponder
ao pagamento da dívida e do serviço da dívida".
"Essa
dívida e esse serviço da dívida hoje atingem níveis incomportáveis, tal como o
défice", reforçou.
Jerónimo
de Sousa admitiu que, "a manter-se esta política de cortes nos salários,
nos direitos, de infernizar a vida aos portugueses através do aumento dos
impostos, consigam reduzir o défice".
"Mas
à custa de quê e de quem? Ninguém acredita que sem mais produção nacional, sem
criar mais riqueza, não se cria mais emprego, não se criam melhores condições
de vida para os trabalhadores e para o país", argumentou.
No
que respeita ao défice, Jerónimo de Sousa declarou admitir que "procurem
baixá-lo", mas de uma forma em que "os portugueses estão a ser
sangrados em vida", nos salários, pensões e reformas.
"Naturalmente,
assim conseguirão baixar o défice, mas, insisto, em que estado deixarão o país,
em que estado ficarão os portugueses", interrogou-se ainda o líder
comunista.
O
défice orçamental atingiu 6,5% do PIB no primeiro semestre do ano, fixando-se
nos 5.573,7 milhões de euros, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE), com base no novo sistema europeu de contas.
Por
seu turno, o Governo comunicou a Bruxelas estimar que a dívida pública em 2014
atinja os 127,8 por cento do PIB, segundo o novo sistema euro+eu de contas,
abaixo dos 130,9% previstos no segundo Orçamento Retificativo
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Jerónimo
de Sousa: PS "substituiu as caras", mas não apresentou política
alternativa
O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que os responsáveis
pela atual situação no país "substituíram caras", puseram o
"conta-quilómetros a zero", numa operação de
"recauchutagem", mas não apresentaram uma política alternativa.
O
líder comunista, que falava na inauguração do novo centro de trabalho do PCP no
Funchal, considerou necessário "dar combate às mistificações dos
responsáveis desta situação [do país] que governaram à vez ou juntos e se
preparam para, substituindo caras, prosseguir a mesma política, pôr o
conta-quilómetros a zero e apresentarem-se aos portugueses como impolutos e
prontos para recomeçar de novo o que é velho e recauchutado".
Jerónimo
de Sousa censurou também o "governo central que ensaia manobras de
propaganda, fala de sinais de recuperação para aqui e para acolá, escamoteando
a realidade, o desemprego, a pobreza, as injustiças, o endividamento".
À
margem da cerimónia, quando questionado pelos jornalistas sobre o que
classificou de "substituição de caras" no Partido Socialista, o
dirigente nacional do PCP opinou que "nesta questão interna do PS, uma
coisa não ficou clara, que é a política alternativa, a mudança".
"Sim
ou não: preparam-se para manter o rotativismo e a alternância e não uma
verdadeira alternativa que passa pela clarificação sobre o que pensam sobre a
política económica e da União Europeia, os grandes problemas e os
estrangulamentos que hoje estão tão vivos na sociedade portuguesa",
argumentou.
Para
Jerónimo de Sousa, continua a haver "um grande ponto de
interrogação". "Mudou--se as caras, mas não encontramos, não
vislumbramos durante este processo essa defesa de uma política alternativa
necessária para o país", vincou.
Quando
discursou na inauguração da nova sede, o secretário-geral do PCP realçou que
com o novo espaço o partido na região "passa a ter uma casa própria sem
sujeição" a outros poderes, seja o Estado, a banca, ou o económico ou
empresarial.
O
responsável corroborou que a "nova casa será paga sem favores",
apenas com as contribuições dos militantes e simpatizantes do partido.
Segundo
o líder comunista, as novas instalações vão também dar "mais força ao PCP
para lutar pela rutura com esta política que está a conduzir o país e a região
para o desastre, lutando pela demissão do governo, mas também pela derrota da
política de direita, edificando a política alternativa, patriótica e de
esquerda".
Por
seu turno, o coordenador regional, Edgar Silva, anunciou uma campanha de fundos
para concretizar os objetivos ambiciosos dos comunistas madeirenses,
"rejeitando benesses".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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