Quito,
(Prensa Latina) O futuro da América Latina é a unidade e o avanço sem
pausa para a integração ou nos converteremos na estrela 51 da União Americana,
advertiu nesta terça (30/09) aqui o cientista político argentino Atilio
Borón.
O
autor de "América Latina na geopolítica imperial" e outros livros,
participa em um encontro de partidos e movimentos de esquerda latino-americanos
que se realiza no Equador, e cujo objetivo principal é traçar um plano de ação
frente à restauração conservadora em marcha na região.
A
ameaça é muito forte, e o projeto estadunidense busca que a América Latina
volte à situação que havia até a noite de 31 de dezembro de 1958, assegurou
Borón à Prensa Latina, em alusão à véspera do triunfo da Revolução Cubana
liderada por Fidel Castro, e que mudou o panorama político da região. Segundo o
intelectual argentino, os planos de Washington passam por apoiar e estimular o
ressurgimento da direita latino-americana, que se viu obrigada a retroceder
pelo triunfo quase simultâneo de governos de esquerda na Venezuela, Bolívia,
Nicarágua, Equador, Argentina e Brasil no início deste século.
O
que os Estados Unidos faz agora é lançar esta restauração conservadora para
tentar recuperar esta região que sempre considerou sua, enfatizou Borón, que
ontem interveio em uma das seis mesas de trabalho do Encontro Latino-Americano
Progressista que encerra nesta terça-feira em Quito. Em sua opinião,
estes eventos são muito positivos, pois propiciam o debate e as análises sobre
os perigos que enfrentam os partidos e organizações de esquerda, e blocos
integracionistas como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e
a União das Nações Sul-Americanas, onde Washington não tem participação.
Tem
sido um encontro muito frutífero, muito rico nas discussões, opinou Borón sobre
a reunião organizada pela dirigente Aliança PAÍS, que lidera o presidente Rafael
Correa, e que ontem também exortou aos participantes a consolidar a unidade
latino-americana para contrapor as tentativas desestabilizadoras da direita.
O
evento que reúne 37 organizações de esquerda de mais de vinte países prevê
aprovar nesta terça-feira um plano de ação frente a essa restauração
conservadora denunciada por Correa.
Sem comentários:
Enviar um comentário