quarta-feira, 1 de outubro de 2014

América Latina: Ou nos unimos ou seremos a estrela 51 dos EUA, alerta Atilio Borón




Quito, (Prensa Latina) O futuro da América Latina é a unidade e o avanço sem pausa para a integração ou nos converteremos na estrela 51 da União Americana, advertiu nesta terça (30/09) aqui o cientista político argentino Atilio Borón. 

O autor de "América Latina na geopolítica imperial" e outros livros, participa em um encontro de partidos e movimentos de esquerda latino-americanos que se realiza no Equador, e cujo objetivo principal é traçar um plano de ação frente à restauração conservadora em marcha na região.

A ameaça é muito forte, e o projeto estadunidense busca que a América Latina volte à situação que havia até a noite de 31 de dezembro de 1958, assegurou Borón à Prensa Latina, em alusão à véspera do triunfo da Revolução Cubana liderada por Fidel Castro, e que mudou o panorama político da região. Segundo o intelectual argentino, os planos de Washington passam por apoiar e estimular o ressurgimento da direita latino-americana, que se viu obrigada a retroceder pelo triunfo quase simultâneo de governos de esquerda na Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador, Argentina e Brasil no início deste século.

O que os Estados Unidos faz agora é lançar esta restauração conservadora para tentar recuperar esta região que sempre considerou sua, enfatizou Borón, que ontem interveio em uma das seis mesas de trabalho do Encontro Latino-Americano Progressista que encerra nesta terça-feira em Quito. Em sua opinião, estes eventos são muito positivos, pois propiciam o debate e as análises sobre os perigos que enfrentam os partidos e organizações de esquerda, e blocos integracionistas como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e a União das Nações Sul-Americanas, onde Washington não tem participação.

Tem sido um encontro muito frutífero, muito rico nas discussões, opinou Borón sobre a reunião organizada pela dirigente Aliança PAÍS, que lidera o presidente Rafael Correa, e que ontem também exortou aos participantes a consolidar a unidade latino-americana para contrapor as tentativas desestabilizadoras da direita.

O evento que reúne 37 organizações de esquerda de mais de vinte países prevê aprovar nesta terça-feira um plano de ação frente a essa restauração conservadora denunciada por Correa.


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