Nunca
houve tanto ódio em uma campanha eleitoral como na de 2014. Desde ataques a
nordestinos, pobres ou até a famosos que declaram voto em Dilma. Eleitores
da atual presidente se sentem intimidados
“Tá
se sentindo mal? A pressão baixou? Chama um médico cubano, sua grande filha da
puta!”. A mensagem foi postada no Facebook pelo médico gaúcho Milton Pires,
funcionário da prefeitura de Porto Alegre, formado na Universidade Federal do
Rio Grande do Sul e especialista em terapia intensiva, logo após a presidente
Dilma Rousseff se sentir mal, com uma queda de pressão, no debate do SBT,
ocorrido na tarde de ontem. Entre seus seguidores, urros de ódio. Um deles
dizia que a presidente Dilma deveria buscar proteção da Lei Maria da Penha,
após ter sido espancada no debate.
A
postagem é mais um exemplo do ódio que se alastra pela sociedade brasileira, às
vésperas do segundo turno da eleição presidencial. Ontem, a notícia mais
relevante do dia, foi a onda de insultos ao ator Gregório Duvivier, do grupo Porta
dos Fundos, motivada por seu apoio declarado à reeleição da presidente Dilma
Rousseff. O também ator Dado Dolabella, condenado por agressão a mulheres, comparou Duvivier a alguém contaminado pelo vírus ebola.
As
duas agressões, a Duvivier e à presidente Dilma Rousseff, fazem parte do mesmo
fenômeno: o neofascismo que se alastra pela sociedade brasileira.
Nordestinos
e divisão do Brasil
No
início do segundo turno, como reação à expressiva votação de Dilma no Nordeste,
houve uma onda de ataques contra pobres e nordestinos nas redes sociais. Um
famoso colunista de Minas Gerais, eleitor declarado de Aécio Neves, sugeriu que
a solução para o Brasil seria dividi-lo entre os “trabalhadores do sul, eleitores
de Aécio” e os “preguiçosos do Nordeste, eleitores de Dilma” (relembre aqui).
As agressões foram ainda maiores em uma comunidade para médicos
e estudantes de medicina com mais de 97 mil participantes no Facebook,
onde foi sugerido, entre outras coisas, a “castração química de nordestinos
eleitores de Dilma”. Como resposta, uma das moderadoras do grupo disse que as
manifestações de ódio eram apenas ‘desabafo’.
Em
outro caso, a Auditora Fiscal Ingrid Berger foi denunciada na
Ouvidoria do Ministério Público do Trabalho (MTE) após sugerir que uma bomba
atômica deveria ser atirada no Nordeste.
Pragmatismo
Político com 247
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