A
população de Hong Kong defensora de mais democracia e do direito de escolherem
por eleição democrática quem os governa naquela região autónoma viu-se compelida
a desmobilizar os protestos. Uns dizem que por cansaço, outros que assim
acontece por medo de reação tipo Tianamen por parte de Pequim. Um ou outro
motivo é suficiente para terem desmobilizado … por agora. Tal não implica que não
voltem a lutar pelo que idealizam com toda a pertinência.
Corre célere pela
comunicação social que Pequim está aberto ao diálogo com o grupo cívico pela
democracia. Até parece que não viu e ouviu as centenas de milhares de cidadãos
de Hong Kong a exigir mais democracia. Pequim e os seus tiques ditatoriais
prefere aliar-se às tríades mafiosas para atemorizar manifestantes do que lhes
proporcionar o óbvio: a democracia na essência de eleições que escolham quem e
como os governa.
Diz o ditado que o hábito faz o monge. Pequim está habituado a temer eleições que não possa controlar. Compreende-se. É quase
impossível que ditadores se passem para processos democráticos sem medo. E
Pequim tem muito medo dessa coisa chamada democracia. Prefere umas “aberturazitas”
e vá que não vá… Esperemos sentados (para não cansar) para saber quais os
frutos efetivos do anunciado diálogo. (MM / PG)
Comandante
da polícia "sem arrependimentos" sobre o uso de gás lacrimogéneo
06
de Outubro de 2014, 14:30
Hong
Kong, China, 06 out (Lusa) - O comandante da polícia de Hong Kong que decidiu
utilizar gás lacrimogéneo contra os manifestantes pró-democracia que ocupavam o
centro da cidade a 28 de setembro, disse não ter arrependimentos e garantiu que
voltaria a dar a ordem.
De
acordo com o jornal South China Morning Post, o superintendente era o
responsável pela zona de Admiralty naquela noite.
"Não
tenho arrependimentos. Se não tivesse usado [o gás], e eles tivessem passado [o
cordão policial], podíamos ter tido feridos graves ou pior", explicou,
referindo-se aos acontecimentos de 1992, quando 21 pessoas morreram esmagadas em Lan Kwai Fong.
"Se
voltasse a estar na mesma situação, e se verificasse uma ameaça séria à
segurança pública, faria o mesmo", disse.
O
agente, que pediu ao jornal para não ser identificado, explicou que, caso não
avançasse com o uso de gás lacrimogéneo, mortes podiam acontecer, e que a medida
foi apenas uma forma de prevenir ferimentos em larga escala, caso o cordão
policial tivesse sido quebrado.
"A
intenção não era dispersar a multidão, era parar as investidas e garantir que
não havia pessoas esmagadas", disse.
"As
pessoas que estavam à frente, nas primeiras três ou quatro filas, eram muito
agressivas nas suas ações para com a polícia, espetando os chapéus-de-chuva,
dando pontapés nos agentes", explicou ao jornal.
Questionado
sobre se o chefe do Executivo, CY Leung, tinha sido informado da sua decisão, o
comandante negou: "Nunca foi uma ação ofensiva, tratou-se de defender o
cordão e garantir que as pessoas não eram esmagadas".
No
passado sábado, a polícia voltou a lançar gás sobre um grupo de manifestantes
que se concentrou em frente a uma esquadra no bairro de Mong Kok, mas desta vez
apenas gás pimenta.
ISG
(DM/FV)// JCS
Cidade
regressa lentamente à normalidade
06
de Outubro de 2014, 15:18
Hong
Kong, China, 06 out (Lusa) -- Várias centenas de manifestantes continuavam hoje
concentrados em vários pontos de Hong Kong à espera que o Governo local e as
associações estudantis acordem os termos do diálogo político, numa altura em
que os funcionários públicos regressaram ao trabalho.
Cerca
de 3.000 funcionários da Administração Pública de Hong Kong voltaram hoje ao
trabalho nos edifício cujas ruas adjacentes foram tomadas por milhares de
estudantes que contam já nove dias acampados no local.
As
imediações da sede do Governo, lugar onde estiveram concentrados sem descanso
milhares de estudantes, amanheceram com poucas dezenas de manifestantes.
A
zona de Admiralty, epicentro dos protestos, viveu hoje a manhã mais tranquila
dos últimos dias com apenas uma centena de estudantes ali acampados e onde
ainda na sexta-feira estavam milhares de pessoas.
Já
o bairro de Mong Kok, onde ocorreram confrontos entre partidários de uma
reforma democrática mais profunda e os detratores da ocupação das ruas, tinha
ao início da manhã uma centena de pessoas a ocupar as ruas, ainda que o número
de manifestante fosse diminuindo ao longo da manhã.
Algumas
ruas da zona comercial de Causeway Bay continuam ocupadas por manifestantes,
mas a atividade comercial continua a funcionar.
Ao
mesmo tempo que as ruas começam a ficar desimpedidas os grupos estudantis que
lideram as manifestações e o Governo continuam em conversações para estabelecer
um marco de diálogo sobre a reforma eleitoral que permita colocar um ponto
final no bloqueio de ruas.
As
escolas secundárias da zona central voltaram a abrir portas embora o transporte
escolar não esteja em total funcionamento devido ao corte de algumas artérias.
Já
a bolsa de Hong Kong está aberta sem qualquer entrave à negociação e subia a
meio da sessão 0,52%.
JCS
// JCS
"A
bola está nas mãos do Governo", defende líder estudantil
06
de Outubro de 2014, 16:45
Hong
Kong, 06 out (Lusa) - A decisão sobre o rumo dos protestos em Hong Kong está agora nas
mãos do Governo e na disponibilidade para o diálogo que for demonstrada,
defende o presidente da Federação dos Estudantes, Alex Chow.
Se
um encontro do Governo com os manifestantes acontecer entre hoje e amanhã, será
recebido como um sinal de sinceridade, diz o ativista ao jornal South China
Morning Post.
No
entanto, se for adiado para mais tarde, vai suscitar dúvidas sobre a
integridade do Governo e a sua sinceridade no que toca à disponibilidade para
dialogar.
Alex
Chow explica que, para os estudantes, é difícil recuar quando o Governo não
mostra sinais de mudança.
"A
bola está nas mãos do Governo", diz, referindo-se ao fim dos protestos.
"Estamos todos à espera e a observar como o Governo atua, para ver se é
apenas uma tática ou se estão mesmo dispostos a dialogar. Se os manifestantes
vão ou não recuar, isso depende do Governo", afirma.
ISG
// JPS
Desmobilização
cresce, com diálogo com o Governo no horizonte
07
de Outubro de 2014, 13:11
Hong
Kong, China, 07 out (Lusa) - Depois de uma semana intensa, o número de manifestantes
pró-democracia nas ruas de Hong Kong diminuiu hoje, ao mesmo tempo que foi
aberta a porta para o diálogo com o Governo.
De
acordo com a AFP, entre 200 a
300 manifestantes estavam hoje de manhã nos três principais locais da cidade
onde, desde dia 28 de setembro, se juntaram dezenas de milhares de pessoas.
Já
na segunda-feira a cidade voltava a uma relativa normalidade, com a maioria dos
funcionários a regressar ao trabalho (depois de uma Semana Dourada de
feriados), as escolas a reabrir e o fim do bloqueio à sede do Governo, onde
cerca de 3.000 pessoas puderam voltar a ocupar os seus postos.
Ainda
assim, algumas rotas de autocarros continuam desviadas devido às barreiras que
se mantêm nas ruas. Como consequência, a circulação automóvel é lenta, com muitos
engarrafamentos.
O
movimento pró-democracia conseguiu atrair um vasto apoio da opinião pública,
mas após oito dias de paralisação, o descontentamento começou a fazer-se
sentir, descreve a AFP.
Os
estudantes, que na segunda-feira à noite se encontraram com um representante do
Governo para "discussões preliminares" sobre a abertura de um diálogo
oficial, aceitaram iniciar uma negociação.
"Vamos
ter várias rondas de negociação", explicou Lester Shum, secretário-geral
adjunto da Federação de Estudantes de Hong Kong, uma das organizações que
lidera o movimento.
Já
Ray Lau, responsável pelos assuntos constitucionais e da China continental,
manifestou "esperança" que se possa "exprimir o respeito
mútuo" durante estas discussões.
Ray
Lau deve hoje encontrar-se com os estudantes para fixar uma data e local para a
abertura das conversações a serem realizadas com a número dois do Executivo
local, Carrie Lam.
ISG
// JCS
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mais sobre Hong Kong e Macau no Página Global em ÁSIA
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