Mussá
Osseman – Notícias (mz), opinião
Dia
15 de Outubro passado, os moçambicanos mostraram ao mundo que são capazes e
realizaram, com sucesso, as eleições que foram livres, justas e transparentes.
As
mesmas tiveram o condão de serem as mais vigiadas da história, apesar de alguns
ilícitos e violência localizados que não chegaram a tirar mérito às eleições,
daí que a comunidade internacional não teve dúvidas em as credibilizar.
A
ser verdade, é de ficar extremamente chocado pelas notícias tornadas públicas
sobre a interferência negativa de algumas chancelarias que, conforme se
especula, “bateram-se” para que as eleições fossem um fracasso e desembocassem
em violência que foi adiada durante a campanha eleitoral. Aliás, ainda havia
esperança de que haveria violência após a divulgação dos resultados.
Recordo-me
ainda que na governação do saudoso Presidente Samora Moisés Machel, o Governo
do dia expulsou diplomatas americanos na altura identificados como sendo da
CIA, e por isso “personas non grata”. E foi na época da guerra fria, um período
em que não existiam Governos pró-bloco socialista e pró-ocidentais. Os
ocidentais de tudo faziam para se infiltrar nos Governos, daí que foram
desmascarados em muitas cimeiras da então OUA, em que embaixadores ocidentais
actuavam disfarçados de jornalistas assessorando Presidentes africanos leais
aos seus interesses.
Hoje
voltamos a ter chancelarias empenhadas em criar divisões entre moçambicanos. Em
nome do apoio à democracia financiam ONGs e jornais considerados
pseudo-independentes com um único objectivo de tirar a Frelimo do poder a todo
o custo, pois estes sempre se mostraram hostis a Governos formados por partidos
libertadores. Por isso o glorioso povo mostrou que amadureceu ao rejeitar a
violência, que a se consumar viriam os famosos processos contra os nossos
dirigentes pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), com acusações de
cometimento de crimes de guerra, contra a humanidade e aí por diante.
Só
que, é um peso e duas medidas pois há os que são dados e protegidos mesmo
matando civis inocentes, queimando viaturas civis, saqueando hospitais e postos
de saúde, entre outras graves violações à Constituição e ao convívio
democrático. Pois, a paz ela sempre esteve e está plasmada na Constituição,
razão pela qual se teve que aprovar a Lei da Amnistia.
Por
que a história ganhou? Apesar da luta tenaz em a arruinar, o factor libertador
de derrotar o colonialismo, a transição pacífica, proclamação da independência,
construção de um estado moçambicano, resistência a regimes racistas da Rodésia
de Ian Smith e da África do Sul de Petter Botha, são conquistas de que nos
devemos orgulhar. Hoje temos hospitais, escolas, pontes, estradas e muito mais,
e ainda uma das grandes conquistas e fruto do maior orgulho que é a cidadania.
O ser moçambicano é uma conquista que cobre a todos os moçambicanos de todas as
cores políticas que hoje até ganharam o direito de criticar e combater os que
os libertaram.
O
povo ficou vigilante e não permitiu que acontecesse nesta bela “Pérola do
Índico” o que sucedeu em alguns países que caíram nas armadilhas dos que teimam
em atrasar o desenvolvimento dos africanos e de África da violência pós
eleitoral, de mudanças violentas de Governos que desembocaram num caos. Hoje
testemunhamos a desgraça do povo líbio, o mesmo que se está a ensaiar para
Angola, Guiné Equatorial, Zimbabwe, entre outros, com a alegação de que os
Chefes de Estado estão no poder há muitos anos. Mas, há chefes de Governo a
várias décadas, mas que não são afastados com manifestações violentas, como
exemplo, o chefe do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim (está no
ocidente).
Felicitações
especiais a Filipe Jacinto Nyusi, ao glorioso partido Frelimo. Contudo, urge
recordar que é preciso continuar com as realizações em prol do bem-estar do
povo; manter informado este glorioso povo, de modo particular as novas gerações
sobre a história, pois precisa saber como é que se libertou o país, como
surgiram as guerras, quem esteve por detrás, quem as suportava e instigava,
entre outras coisas.
Nyusi
e a Frelimo devem estar constantemente junto do povo e dos trabalhadores para
evitar a subversão, pois o distanciamento partido/Governo com o povo tem levado
a que até os dias históricos sejam negligenciados, chegando ao cúmulo de muitos
jovens questionados sobre determinadas datas festivas respondem que as mesmas
servem para descansar, ir a Bilene ou Nelspruit. Esta situação faz com que
empresários e docentes estrangeiros ridicularizem a nossa história, nossos
heróis.
A
luta continua!
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