João
Araújo disse hoje à agência Lusa que, na próxima semana, vai pedir a libertação
do ex-primeiro-ministro, por considerar que a sua prisão preventiva é ilegal.
O
advogado disse que, ainda esta semana, pretende fazer uma visita de trabalho a
José Sócrates no Estabelecimento Prisional de Évora para «analisar a situação e
o despacho do juiz» de instrução.
O
advogado adiantou que, na próxima semana, vai recorrer da prisão preventiva
aplicada a José Sócrates pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, pedindo a
«libertação plena» por considerar que houve ilegalidade na prisão por questões
substanciais.
João
Araújo afastou, contudo, a possibilidade de apresentar um pedido de
"habeas corpus" (libertação imediata), junto do Supremo Tribunal de
Justiça.
Segundo
o advogado, José Sócrates respondeu a todas as perguntas feitas pelo juiz
Carlos Alexandre, mas disse que, no final do interrogatório, continuou sem saber
os contornos do crime de corrupção que é imputado ao antigo primeiro-ministro.
«Está
tudo muito fluido e estou a tentar entender bem as coisas», disse à Lusa João
Araújo, referindo que «há incongruências que é preciso verificar».
João
Araújo disse ainda que, quando Sócrates foi detido na sexta-feira no aeroporto
de Lisboa, constava do mandado de detenção o crime de tráfico de influências,
mas que este «desapareceu» e não foi abordado no interrogatório judicial.
O
jurista disse também que o processo-crime que envolve o ex-primeiro-ministro
tem «contornos políticos» e disse não saber que crime de corrupção é imputado
ao seu cliente.
O
advogado escusou-se a adiantar os montantes que estarão em causa no processo,
depois de vários órgãos de comunicação social terem avançado entre 20 e 25
milhões de euros. «Não leio jornais», justificou.
Questionado
sobre os comentários do ex-presidente da República Mário Soares, de que há uma
«campanha que é uma infâmia» contra Sócrates, João Araújo disse: «Não partilho
de coisa nenhuma, embora Mário Soares seja uma personalidade fascinante».
Lusa,
em TSF
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