Dias
depois de Ascenso Simões ter enviado uma carta a Belém a questionar a não
condecoração de José Sócrates, o tema parece ainda não aquecer nem arrefecer
Cavaco Silva. Segundo o Expresso, o Presidente da República não está
interessado em colaborar no processo de reabilitação política de Sócrates e a
condecoração do antigo primeiro-ministro vai manter-se, por tempo
indeterminado, em banho-maria.
As
desavenças entre Cavaco Silva e José Sócrates são públicas e ficaram bem
expressas no prefácio dos ‘Roteiros’, em 2012, quando o Presidente da República
acusou o socialista de uma “falta de lealdade (…) que ficará na história da
nossa democracia”. Contudo, o destino parece querer fazer cruzar de novo o
caminho dos dois.
Há
dias Ascenso Simões enviou uma carta a Belém a questionar a não condecoração de
José Sócrates, mas a questão parece não ser prioritária do lado a Presidência
da República. Segundo o Expresso, Aníbal Cavaco Silva não está interessado em
condecorar o antigo primeiro-ministro, momento que poderia marcar o seu
regresso ‘físico’ à política – sendo que em Belém já se fala de um “espaço” que
Sócrates ocupará “pelo menos nas legislativas”.
Por
Belém, destaca o semanário, nada está preparado para que a condecoração
aconteça e nem tão-pouco se sabe se José Sócrates aceitaria a Grã-Cruz da Ordem
Militar de Cristo pelas mãos de Cavaco Silva.
Contudo,
esta é uma questão que, por si só, divide os socialistas. Se Ascenso Simões e
Manuel Alegre saíram em defesa da condecoração, Augusto Santos Silva, por seu
turno, disse que Sócrates “não merece tamanha nódoa no seu currículo” e
Capoulas Santos também não se mostrou favorável à ideia.
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