sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Angola: É PROIBIDO ESTAGNAR



Jornal de Angola, editorial - 17 de Dezembro, 2014

Caminhamos para o final do ano, e é tempo das instituições dos diferentes sectores de actividade produtiva fazerem balanços das suas actividades  ao longo dos 12 meses. Quem produz, quem cria, lança e executa projectos põe o país a andar para a frente, corre sempre o risco de errar.

Só não erra quem nada faz ou fica de fora, quase sempre fazendo críticas fundadas no atrevimento de quem nunca fez nada de útil.

Por isso,  fazer balanços é um exercício necessário e indispensável, até porque eles nos obrigam à reflexão  sobre  os  aspectos positivos e negativos da nossa actividade. O que está bem pode ser melhorado, o que está errado é corrigido. Os erros muitas vezes ajudam a crescer.

Os balanços devem conter uma avaliação real do nosso desempenho, não devendo haver hesitações quanto à indicação dos erros cometidos ou de eventuais  incumprimentos. Somos um país em reconstrução com muitos problemas por resolver, pelo que temos de ter uma atitude  exemplar perante  o trabalho. Uma Nação como a nossa, que viveu uma guerra  durante mais de duas décadas e que  tem de reconstruir tudo, até as mentalidades, precisa de todos os seus filhos  para construir uma sociedade em que cada um possa viver com dignidade.

Os problemas , por mais complexos que sejam, podem ser superados se todos estivermos comprometidos com o cumprimento dos nossos deveres laborais. É difícil a caminhada que nos vai conduzir ao desenvolvimento. Mas não temos outra alternativa. Só o trabalho nos proporciona  uma vida  digna. Temos de ter consciência de que nada do que temos e conquistámos foi obra do acaso. Mas também tudo o que queremos depende de nós a sua obtenção.

Os anos vão passando e vamos sentindo que muita coisa  já se fez  para  retirar o país da situação em que se encontrava  até 2002, quando alcançámos a paz que perdura até ao momento e que nos tem permitido fazer de Angola um lugar bom para se viver.

Os angolanos  têm a oportunidade de, em tempo de paz, mostrar que em  condições de estabilidade são capazes de realizar obras grandiosas, em todo o território nacional. Por todo o lado há a grande preocupação de fazer mudanças  efectivas, nos diferentes sectores da vida nacional. Por tudo quanto falta ainda fazer em prol do progresso é proibido parar. Ou estagnar. É proibido parar, quando temos campos férteis e extensos para lavrar. É proibido parar , quando temos de edificar fábricas para dar emprego a milhares de jovens. É proibido parar, quando precisamos de boas escolas eficientes, com professores de elevada qualidade. É proibido parar quando temos de pôr todas as crianças a estudar. É proibido parar quando temos de  criar empresas para fazer crescer a economia. É proibido parar, quando temos de educar as comunidades dentro de valores de justiça, da solidariedade, do amor ao próximo, do respeito pela vida humana.

As tarefas são múltiplas e complexas, mas Angola está em constante movimento, traduzido no esforço  que se empreende nas cidades e no mundo rural. O sentido é único: garantir qualidade de vida a todos os angolanos. O ano de 2015 pode significar o arranque  da produção de bens e serviços, no quadro da diversificação da economia, um processo incontornável, tendo em conta  a necessidade de acabarmos com a dependência do petróleo. É tempo de apostar noutros recursos que a natureza generosamente nos deu, para  podermos enfrentar os problemas económicos. A diversificação permite-nos  ter várias opções, evitando os apertos quando os recursos financeiros , que são sempre escassos, se tornam ainda mais reduzidos. É importante encararmos a diversificação da economia como uma via que nos pode ajudar nas conjunturas económicas menos favoráveis a fazer face  aos problemas.   

Dos balanços que forem feitos no final  deste ano vai ser possível definir perspectivas que apontem para a diversificação  da economia. A experiência dos empresários  angolanos é chamada a desempenhar um papel importante na revitalização de  sectores produtivos ainda adormecidos, mas que podem  ser de grande valia se existirem infraestruturas  de apoio e recursos  humanos.

É certo que muitos resultados da diversificação económica só vão surgir a médio ou longo prazo. Mas se lançarmos  já as bases, o processo caminha seguramente para os objectivos que pretendemos atingir.  Também temos que aprender com as experiências de outros países que passaram  por situações idênticas às nossas, até para não insistirmos nos erros por eles já cometidos. O ano vai terminar dentro de alguns dias e precisamos de novas forças para  novos desafios. O país precisa  da  dedicação de todos. É preciso  que  a cada ano que passa, façamos sempre mais e melhor.

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