Trabalhadores
da única empresa de distribuição de água de Luanda entram em greve e exigem
melhores condições de trabalho.
Domingos
Bento – Rede Angola
A
partir da próxima segunda-feira, 22, os trabalhadores da EPAL, empresa
responsável pelo fornecimento de água de Luanda, vão paralisar as suas
actividades. A informação foi tornada pública ontem pelo sindicato dos
trabalhadores que se diz agastado com algumas irregularidades que se vive
dentro daquela instituição pública. De acordo com o sindicato, o baixo salário
e as péssimas condições de trabalho estão na base da greve que vai juntar a
maior parte dos funcionários da empresa. Assim, estarão paralisadas as estações
de distribuição de água do Casseque, Luanda Sudeste e do Kikuxi por um período
indeterminado.
O
sindicato fez saber que, em Janeiro do ano em curso, entregou à empresa um
caderno reivindicativo onde constam todas as preocupações que inquietam os
funcionários. Mas até ao momento a entidade empregadora não manifestou nenhum
interesse em solucionar os problemas.
De
acordo ainda com o organismo que defende os empregados, as condições de
trabalho são bastante precárias, a começar pelos meios de transporte, que na
sua maioria estão avariados. Por outro lado, a política de assistência
médica aos funcionários são ineficientes, o que obriga o pessoal a recorrer aos
hospitais públicos quando estão doentes. Outra das grandes preocupações
prende-se com os sucessivos atrasos e o baixo salário, falta de meios de
segurança de trabalho e o não pagamento da reforma a trabalhadores com mais de
trinta anos de actividade.
Em
entrevista ao Rede Angola, o porta-voz da EPAL, Domingos Paciência, fez
saber que, apesar da comunicação da greve, a empresa tem a responsabilidade de
assegurar o fornecimento de água na cidade capital, pelo que não há motivos
para grandes preocupações. Segundo o responsável, a greve não vai afectar os
serviços básicos. E à semelhança das outras paralisações, está salvaguardada a
distribuição normal de água a todos os clientes.
“As
pessoas podem ficar descansadas porque é uma informação que o sindicato passou
e o que nós podemos dizer é que a água está garantida. Relativamente as
condições que eles exigem, a direcção da empresa nunca deu as costas às
conversações”, afirmou.
Esta
é a segunda greve que acontece naquela empresa há menos de um ano. Em 2013,
depois de verem esgotadas todas as negociações, os trabalhadores também haviam
paralisado os trabalhos. Foram mais de dez dias de interrupção que criou
grandes dificuldades à vida dos luandeses que se viram privados do fornecimento
de água. Na altura, Leonídio Ceita, presidente do Conselho de Administração da
EPAL, havia dito que a greve era resultado de “má-fé”, porque a empresa havia
atendido as reivindicações dos trabalhadores e que, durante as conversações, os
responsáveis sindicalistas não mostraram vontade de ouvir o Conselho de
Administração sobre o cumprimento das exigências constantes no caderno
reivindicativo.
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